HISTÓRIAS
QUE JESUS CONTOU
“E
falou-lhes muitas coisas em parábolas...”
(Mateus,
13:3)
“ELE falou de lírios, da vida, do trigo
Do corvo e do passarinho.
Foi simples e foi sábio ao mesmo tempo
Por isso Suas palavras se gravaram no
coração do homem.
Falou do fermento, do pão,
De vestidos, de ovos, peixes e
candeias...
E vede como em Seus lábios as coisas
comezinhas
Divina luz destilam!”
(AUTOR DESCONHECIDO)
Amparemos a inteligência infantil, a fim
de que o coração da Humanidade fulgure com o Cristo, no porvir sublimado do
mundo de amanhã.”
EMMANUEL
(Em mensagem recebida por
Francisco Cândido Xavier)
PREFÁCIO
Meu amigo.
Conduzes teu filhinho ao pediatra,
preservando-lhe a saúde corpórea.
Sabes guiá-lo ao nutricionista, para que
se alimente com segurança.
Despendes louvável atenção para que lhe
não falte o concurso do cabeleireiro e do alfaiate, a fim de que se apresente
com esmero.
Preocupas-te, como é justo, por situá-lo
no convívio de professores distintos, no jardim da infância ou na escola
primária, iluminando-lhe a inteligência.
Contudo, a quem lhe conduzirás o coração
para que aprenda a viver?
Não te esqueças do Divino Mestre das
Almas e auxilia o tenro companheiro de tua marcha a buscar em Jesus o Doador
das Bênçãos Eternas. Ajuda-o a procurar no Cristo o cinzelador do caráter, para
que o amor puro lhe presida a existência e para que a verdade lhe clareie o
caminho.
Neste livro, um amigo das crianças relaciona
histórias que Jesus contou para que os pequeninos O encontrem no santuário do
coração.
Lembra-te de que se hoje és o apoio da
felicidade de teu filhinho, amanhã será ele o apoio de tua felicidade.
Colherás nele o que houveres plantado — a abnegação ou a indiferença, o
trabalho ou a preguiça, a paz ou a discórdia, a confiança ou a leviandade.
Auxilia-o, pois, a sentir e a pensar com o Celeste Amigo e terás a
inspiração do Senhor, assegurando-lhe abençoada luz ao porvir.
EMMANUEL
(Página recebida pelo médium
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
CARTA AO PEQUENINO LEITOR
Querida criança:
Aqui está mais um livrinho
de história para você. Os heróis destas histórias não são dos nossos dias: têm
quase dois mil anos...
Não aparecem aqui Pinóquio
nem Branca de Neve com os Sete Anões. Não encontrará você também Aladim com
sua lâmpada maravilhosa, nem viajará com Gulliver ao país dos Gigantes. O Pequeno
Polegar, o Chapeuzinho Vermelho e o Camundongo Mickey não estão aqui
presentes. Nem comparecem as nossas histórias Ali Babá, o Gato de Botas e o
Pato Donald...
São outras, bem
diferentes, as histórias que você vai ler. Foram contadas pelo Maior Amigo das
Crianças. Sei que você conhece esse Grande Amigo... Sim, é Ele mesmo, é Jesus,
nosso Divino Mestre.
Também Ele foi criança.
Criança meiga e boa, gentil e pura, que encheu de alegria, amor e paz o Lar de
Nazaré. Ele amou os pequeninos de Sua pátria, do mesmo modo que continua amando
hoje, com ternura e proteção, as crianças do mundo inteiro.
Este livrinho quer mostrar
aos seus olhos e ao seu coração de criança as lindas histórias que Jesus
Nazareno contou ao povo da Palestina. Têm elas o nome de parábolas. São
simples, educativas e belas e, mais que tudo, foram narradas por Aquele cuja
vida é a mais linda história do mundo.
A palavra parábola quer
dizer “comparação”.
Na língua que Jesus falava
dizia-se “marshal”, que significa uma história, uma ilustração, uma breve
narrativa, embora nem sempre signifique só isso.
Estas “Histórias que Jesus
Contou” não se destinaram só aos homens da Judéia e aos meninos das praias de
Cafarnaum e das colinas de Nazaré. Ele a contou sabendo que ficariam no
Evangelho para sempre, para as gerações do futuro, para nós todos. Elas são
também para você, sabe?
Não seria possível reunir
aqui, num só volume todas as parábolas de Jesus. Várias delas, no entanto, aqui
se encontram, expostas numa linguagem a alcance de sua inteligência, para que
sua alma, recebendo estas lições do Divino Amigo, se conserve simples e boa,
sincera e mansa, generosa e pura Para que sua vida, querida criança, seja uma
permanente oferenda espiritual ao nosso querido Jesus nosso primeiro e maior
Amigo.
Medite nelas, relei-as
sempre. Procure entendê-las bem. Rogue ao Mestre Divino, que as contou na
cidades de Israel, que dê à sua mente o perfeito entendimento delas, concedendo
também ao seu coraçãozinho as bênçãos da boa-vontade e da perseverança, a fim
de que você pratique os sagrados ensinamentos do Evangelho.
Hoje, você é uma
criança... Amanhã, crescido será adulto. Que sua alma, filhinho, recebendo
desde agora as lições imortais do Senhor, as conserve sem pre nas estradas de
luta desta vida e nos caminhos luminosos da Eternidade.
No Grande Além, o Divino Pastor espera
todos os corações que O amam e servem, amando e servindo à humanidade, com
retidão de espírito e sincero devotamento.
Que Jesus abençoe sua alma
de criança! E que você entenda, sinta e aplique os sagrados ensinos de Suas
Parábolas, que foram contadas também para você...
O Autor
CAMPOS, R. J., 5 de abril de 1955.
1
A PARÁBOLA
DO SEMEADOR
(Mateus, capítulo 13º, versículos 1 a 9, e 18, a
23)
Um
semeador, como fazia todos os dias, saiu de casa e se dirigiu ao seu campo para
nele semear os grãos de trigo que possuía, honrando a Deus com seu trabalho
honesto.
Começou a semeadura. Enquanto lançava as
se-mentes ao campo, algumas caíram no caminho, na pequena estrada que ficava no
meio da seara. Você sabe que os passarinhos costumam acompanhár os semeadores
ao campo, para comer as sementes que caem ao chão? Pois, isso aconteceu em
nossa história. Alguns grãos caíram à beira da estrada, e os passarinhos,
rápidos, desceram e os comeram.
O semeador, porém, continuou semeando.
Outras sementes caíram num lugar pedregoso. Havia ali muitas pedras e pouca
terra. As sementes nasceram logo naquele solo, que não era profundo. O trigo
cresceu depressa, mas, vindo o sol forte, foi queimado; e como suas raízes não
cresceram por causa das pedras, murchou e morreu.
Outros grãos caíram num pedaço do campo
onde havia muitos espinheiros. Quando o trigo cresceu, foi sufocado pelos
espinhos e também morreu.
Uma última parte das sementes caiu numa
terra boa e preparada, longe dos pedregulhos e das sarças.
E o trigo ali semeado deu uma colheita
farta. Cada grão produziu outros cem, outros sessenta ou outros trinta...
*
O próprio Jesus explicou a Seus
discípulos a Parábola do Semeador.
As nossas almas, filhinho, são
comparáveis aos quatro terrenos da história: “o terreno do caminho”, “o solo cheio de pedras”, “a terra cheia de
espinheiros e “o terreno
lavrado e bom
Jesus é o
Divino Semeador. A semente é a Sua Palavra de bondade e
de sabedoria. E os diversos terrenos são os nossos corações, os nossos
Espíritos, onde Ele semeia Seus ensinamentos, cheio de bondade para conosco.
E como
procedemos para com Jesus? Como respondemos à Sua bondade? O modo como damos
resposta ao amor cuidadoso do Divino Mestre é que nos classifica
espiritualmente, isto é, mostra que espécie de terreno existe em nossa alma. Cada coração humano é uma espécie
de terra, um dos quatro solos da parábola.
Vejamos,
então, filhinho:
Quando
alguém ouve a palavra do Evangelho e não procura compreendê-la, nem lhe dá
valor, aparecem as forças do mal (os Espíritos maldosos, desencarnados ou
encarnados) e arrebatam o que foi semeado no seu coração, tais como os
passarinhos comeram as sementes... E sabe de que modo? Fazendo com que a alma
esqueça o que ouviu, dando outros pensamentos à pessoa, fazendo com que ela se
desinteresse das coisas espirituais. E a alma fica indiferente aos
ensinamentos divinos. O coração dessa pessoa é semelhante ao “terreno do caminho”, onde a semente
não chegou a penetrar. Um exemplo desse terreno é a criança que não presta
atenção às aulas de Evangelho, ficando distraida durante as explicações. Ou
ainda, a criança que não gosta de ler os livrinhos que ensinam o caminho de
Jesus...
E o
segundo terreno, o pedregoso?
Esse terreno é a
imagem da pessoa que recebe os ensinos de Jesus com muita alegria. São exemplos
as pessoas entusiasmadas com o serviço cristão, ou as crianças animadas nas
escolas de Evangelho, mas cuja animação dura pouco. Quando surgem as zombarias,
as perseguições ou os sofrimentos, a alma, que é inconstante, abandona o
caminho do Evangelho. Um exemplo para você, filhinho: uma criança está
freqüentando as aulas de Moral Cristã numa Escola Espírita. Está aprendendo os
mandamentos divinos, os ensinos de Cristo, o caminho do bem, da pureza, da
honestidade. Está muito contente com o que está estudando. Sente-se animada e
feliz. Um dia, aparece um colega do colégio ou da vizinhança, dizendo que o
“Espiritismo é obra do demônio”, que “os que freqüentam aulas de Evangelho nas
escolas Espíritas ficam loucos e vão para o inferno”. E zomba dele sempre que
o encontra e lhe põe apelidos humilhantes. O nosso amiguinho não tem ainda firmeza
de fé. Tem medo das zombarias dos colegas e dos vizinhos, que dizem que
“somente sua religião éverdadeira” e lhe mandam “receber Espíritos na rua”.
Amedrontado pela perseguição e pelos motejos, o nosso irmãozinho deixa a
Escola de Evangelho, onde estava começando a compreender a beleza do ensino de
Jesus e as bênçãos do Espiritismo Cristão. Esse menino tinha o coração
semelhante ao “terreno cheio de
pedras”, onde a planta da verdade não pôde crescer e frutificar.
O terceiro solo é a “terra cheia de espinheiros “. É o
caso das pessoas que recebem a palavra do Evangelho, mas, depois abandonam o
caminho cristão por causa das grandezas falsas do mundo e da sedução das
riquezas. Ouviram o Evangelho, mas se interessaram mais pelos negócios, pelos
lucros, pelas vaidades da vida, pelo cuidado exclusivo das coisas da terra. Há
também, no mundo das crianças, exemplos desse terreno. São as crianças que
conheceram, às vezes desde pequeninas, os ensinos de Jesus, mas, depois de
crescidas, preferiram os maus companheiros, as crianças sem Deus, e passaram a
interessar-se somente pelos problemas de dinheiro ou de modas, pelos ídolos
do cinema ou do futebol. Não querem mais nem Jesus, nem lições de Evangelho. Só
pensam em automóveis de luxo, sonham com caminhões, imaginam-se ricos “quando
crescerem”... A princípio, sabiam repartir com os pobres o seu dinheirinho,
porém, agora só pensam emjuntá-lo: acaridade morreu nos seus corações. O
mundo, com suas riquezas falsas (que terminam com a morte), seduziu suas almas
e sufocou a plantinha de Deus em seus espíritos. Trocaram Jesus pelos sonhos e
ambições de carros de luxo, de figurinos, de roupas elegantes, de campos de
esporte, de concursos de beleza, de grandezas sociais... A plantinha de Deus
foi sufocada pelos espinhos do egoísmo e das ilusões da vida material. E
morreu...
O quarto terreno, “a terra lavrada e boa, é o símbolo
do coração que escuta o Evangelho, procurando compreendê-lo e praticá-lo na
vida. E a alma que estuda a palavra do Senhor, percebendo que está neste mundo
para aprender a Verdade e o Bem. E, assim, dá frutos de bondade e eleva-se para
Deus. Abandona seus vícios e maus hábitos, dedicando-se à prática das virtudes,
guardando a fé no coração, socorrendo carinhosamente os necessitados e
sofredores e buscando os conselhos de Deus no Evangelho de Cristo.
O coração de uma criança verdadeiramente
cristã é o bom terreno da
parábola: cada semente de Jesus se transforma em trinta, sessenta ou cem bênçãos
de bondade, de fé e de auxílio ao próximo. O coração dessa criança deseja
conhecer sempre mais e melhor os ensinos cristãos. E se esforça sinceramente
para fazer a Vontade Divina: amar e perdoar, crer e ajudar, aprender e servir.
Filhinho, aí está a Parábola do Semeador.
Medite nela. Que você, guardando a humildade de coração, se esforce para ser,
se ainda não o é, o bom terreno, que
recebe os grãos de luz do Divino Semeador e dá muitos frutos de sabedoria e
bondade.
2
A PARÁBOLA
DO BOM SAMARITANO
(Lucas, capítulo 10º, versículos 25 a 37)
Um dia, um pobre homem descia da cidade
de Jerusalém para uma outra cidade, Jericó, a trinta e três quilômetros daquela
capital, no vale do Rio Jordão.
A estrada era cheia de curvas. Nela
havia muitos penhascos, em cujas grutas era comum se refugiarem os
salteadores de estradas, que naquele tempo eram muitos e perigosos.
O pobre viajante foi assaltado pelos
ladrões. Os salteadores usaram de muita maldade, pois, além de roubarem tudo o
que o pobre homem trazia, ainda o espancaram com muita violência, deixando-o
quase morto no caminho.
Logo depois do criminoso assalto, passou
por aquele mesmo lugar um sacerdote do Templo de Salomão. Esse sacerdote vinha
de Jerusalém, onde possivelmente terminara seus serviços religiosos, e se
dirigia também para Jericô. Viu o pobre viajante caido na estrada, ferido, meio
morto. Não se deteve, porém, para socorrê-lo. Não teve compaixão do pobre
ferido, abandonado no chão da estrada. Apesar dos seus conhecimentos da Lei de
Deus, era um homem de coração muito frio. Por isso, continuou sua viagem,
descendo a montanha, indiferente aos sofrimentos do infeliz...
Instantes depois, passa também pelo
mesmo lugar um levita. Os levitas eram auxiliares do culto religioso do Templo.
Esse levita não procedeu melhor do que o sacerdote. Também conhecia a Lei de
Deus, mas, na sua alma não havia bondade e ele fez o mesmo que o padre, seu
chefe. Viu o ferido e passou de largo.
Uma terceira pessoa passa pelo mesmo
lugar. Era um samaritano, que igualmente vinha de Jerusalém. Viu também o
infeliz ferido da estrada, mas, não procedeu com: o sacerdote e o levita. O bom
samaritano desceu do seu animal, aproximou-se do pobre judeu e se encheu de
grande compaixão, quando o contemplou de perto, com as vestes rasgadas e
sangrentas e o corpo ferido pelas pancadas que recebera.
Imediatamente,
o bondoso samaritano retirou do seu saco de viagem duas pequenas vasilhas. Uma
era de vinho, com ele desinfetou as feridas do pobre homem; outra, de azeite,
com que lhe aliviou as dores. Atou-lhe os ferimentos e levantou o desconhecido,
colocando-o no seu animal. Em seguida, conduziu-o para uma estalagem próxima e
cuidou dele como carinhoso enfermeiro, durante toda a noite.
Na manhã
seguinte, tendo de continuar sua viagem, chamou o dono do pequeno hotel,
entregou-lhe dois denários (*) e recomendou-lhe que cuidasse bem do pobre
ferido:
— Tem
cuidado com o pobre homem. Se gastares alguma coisa além deste dinheiro que te
deixo, eu te pagarei tudo quando voltar.
*
Jesus
contou esta parábola a um doutor da lei que Lhe havia perguntado:
— Mestre,
que devo fazer para possuir a Vida Eterna?
Jesus lhe
respondeu que era necessário amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, de
todas as forças e de todo o entendimento; e também amar ao próximo como a si
mesmo.
O doutor
da lei, apesar de sua sabedoria, perguntou ao Divino Mestre quem é o próximo. Então, Jesus lhe
contou a Parábola do Bom Samaritano. Terminada a história, o Senhor perguntou
ao sábio judeu:
— Qual dos três (o sacerdote, o levita ou o samaritano)
te parece que foi o próximo do
pobre homem que caiu em poder dos ladrões?
— Foi o que usou de misericórdia para com ele
—respondeu o doutor.
— Vai e faze o mesmo — disse-lhe o Divino
Mestre.
*
Entendeu,
filhinho, a Parábola do Bom Samaritano?
O doutor da lei queria saber quem ele deveria
considerar seu próximo, a fim de amar esse mesmo próximo. Mas, Jesus lhe
respondeu indiretamente àpergunta, com outra questão: “Quem foi o próximo do
homem ferido?” Jesus indagou do doutor da lei quem soube ter amor no coração
para o desconhecido padecente da estrada. E o doutor, que era um judeu (os
judeus odiavam os samaritanos), confessou que foi o samaritano.
“Vai e faze o mesmo” — é a ordem
eterna do Mestre. O nosso próximo, filhinho, é qualquer pessoa que esteja em
nosso caminho; é qualquer alma necessitada de auxílio; é aquele que tem fome,
que tem sede, que está desamparado, que está sofrendo na prisão ou no leito de
dor...
Que você,
meu filho, imite sempre o Bom Samaritano. Esteja sempre pronto para socorrer
quem sofre, como o bondoso samaritano fez, sem qualquer indagação ao
necessitado.
Que você
faça o mesmo, como Jesus pediu. Nunca pergunte, nunca procure saber coisa
alguma daquele que você pode e deve auxiliar. Não se interesse em saber se o
pobre, se o doente, se o orfãozinho necessitado é espírita ou católico, se é
judeu ou protestante, se é pessoa branca ou de cor. Não se interesse em saber
quais as idéias que ele professa ou a politica que ele acompanha. Não cultive
no coraçãozinho os odiosos preconceitos de raça, de religião ou de cor. Que
você olhe apenas as feridas de quem sofre, para pensá-las. Que você enxergue
somente a dor do próximo, para aliviá-la.
Imite o
Bom Samaritano, filhinho. É Jesus quem pede ao seu coraçãozinho: “Vá e faça o mesmo”, sempre, em toda
parte, com quem quer que seja.
Este é o
caminho da Vida Eterna, com Jesus.
(*) O denário era uma moeda romana, em
curso na Palestina no tempo de Jesus.
3
A PARÁBOLA
DO FILHO PRÓDIGO
(Lucas, capítulo 15º, versículos 11 a 32)
Um certo homem tinha dois filhos, que
com ele moravam no seu lar.
Um dia, o mais moço disse ao seu pai:
— Papai, dá-me a parte da tua riqueza
que me pertence. Eu desejo correr mundo, viajar por outras terras, conhecer
nova gente...
O velho pai, diante desse pedido,
repartiu com ambos os seus haveres, dando a cada um a parte que lhes cabia, de
sua fortuna.
Alguns dias depois, o filho mais novo,
juntando todas as coisas que lhe pertenciam, partiu para um país distante,
muito longe de sua terra natal.
Esse moço, infelizmente, não era
ajuizado. Mal chegou ao país estrangeiro, começou a gastar, sem cuidado, todo o
dinheiro que possuia. Durante muitos dias não fez senão desperdiçar tudo que
tinha. Buscou a companhia de outros rapazes desajuizados e consumiu toda a sua
fortuna em bebidas, teatros e passeios. Um dia, viu que a última moeda havia
desaparecido e se achava na mais absoluta miséria.
Foi nessa época que uma grande seca
reduziu aquele país a uma situação tristíssima. Com a seca, veio a fome. Mesmo
nos lares ricos havia falta de pão. A miséria se estendeu, desoladora...
O pobre rapaz, então, buscou um homem
daquele país, contou-lhe sua desgraça e pediu-lhe a esmola de um emprego
qualquer, mesmo que fosse o pior serviço. E o homem desconhecido o enviou para
seus campos a fim de guardar porcos. Os porcos se alimentavam de alfarrobas,
que são frutos de uma árvore chamada alfarrobeira; mas, nem mesmo desses frutos
davam ao pobre moço. Os porcos se alimentavam melhor do que ele!
Foi então
que o moço começou a pensar no que havia feito com seu bondoso pai, tão amigo,
tão compreensivo, tão carinhoso... Refletiu muito... Como fora mau e ingrato
para com seu paizinho! Como fora também ingrato para com Deus, desrespeitando o
Seu Mandamento, que manda honrar os pais terrenos... Sofrendo a conseqüência
de seu pecado, o pobre rapaz arrependeu-se sinceramente de sua ingratidão e de
seus dias vividos no erro e no vício...
E pensou,
então, entre lágrimas:
— Na casa
de meu pai há muitos trabalhadores e todos vivem felizes pelo trabalho honesto.
Vivem com abundância de pão e tranqüilidade... E eu, aqui, morrendo de fome!...
Não, não continuarei aqui. Voltarei para minha casa, procurarei meu pai e lhe
direi: “Meu pai, pequei contra o Céu e perante ti; não sou mais digno de ser
chamado teu filho. Quero ser um simples empregado de tua casa ...
E o moço,
como pensou, assim fez.
Abandonando
o país estrangeiro, regressou àsua pátria e ao seu lar. Foi longa, difícil e
triste a volta, pois ele não mais dispunha de dinheiro para as despesas de
viagem. Passou muitas necessidades, sofreu fome e frio, dormiu nas estradas e
nas florestas... Nunca abandonou, porém, a idéia de que voltar para casa era
seu primeiro dever.
Finalmente,
chegou ao seu antigo lar. Antes, porém, de atingir sua casa, seu velho pai o
avistou de longe e ficou ainda mais compadecido, ao ver o filho naquele estado
de grande miséria. Seu coração paterno, que nunca esquecera o filho ingrato,
era todo piedoso. O bondoso pai correu, então, ao encontro do moço. E
abraçando-o fortemente, beijou-o com imenso carinho.
Nesse
momento, com lágrimas nos olhos, o filho disse ao seu pai compassivo:
— Meu pai, pequei contra o Céu e perante ti. Não
sou mais digno de ser chamado teu filho. Quero ser um empregado de tua casa...
O bondoso pai, porém, que nunca deixou de amar
seu filho, disse aos empregados da casa:
— Depressa! Tragam a melhor roupa para meu filho,
preparem uma refeição para ele. Tragam-lhe calçado novo! Comamos todos juntos e
alegremo-nos, porque este meu filho estava perdido e foi achado, estava morto
e reviveu!
E todos
os servos e empregados da casa atenderam imediatamente o velho pai e houve
imensa alegria naquele grande lar.
O filho mais velho, porém, não estava em casa.
Achava-se
trabalhando no campo. Quando voltou e viu aquela grande movimentação no
interior da casa e ouviu as belas canções que os músicos acompanhavam com seus
instrumentos, chamou um dos servos e perguntou o que era aquilo.
O servo respondeu:
— Foi teu irmão que chegou. Teu pai, de tão
alegre e feliz, mandou que preparássemos uma ceia e uma festa, porque o jovem
voltou são e salvo.
O filho mais velho, cheio de ciúme, revoltou-se
contra a bondade de seu pai e não quis entrar em casa.
Em vão, o
velho pai chamou-o. Mas, ele lhe respondeu:
— Meu pai, há muitos anos que te sirvo, sem nunca
te desobedecer e nunca preparaste uma ceia para mim e meus amigos. Mas, para
meu irmão, que gastou teu dinheiro nas orgias, em terra estrangeira, tu lhe
preparas uma grande festa...
O
bondoso pai, querendo vencer a revolta do filho, desviá-lo do seu ciúme e
incliná-lo à bondade e ao perdão, disse-lhe:
— Meu
filho, tu estás sempre comigo e tudo que émeu é teu também. Mas, é justo que
nos alegremos com a volta de teu irmão, que é também meu filho como tu.
Lembra-te de que ele estava perdido e foi achado. Estava morto e reviveu para
nosso amor e para nosso lar.
*
Querida
criança: certamente você entendeu tudo que o Senhor nos quer ensinar com a
Parábola do Filho Pródigo.
Deus é
como o Bondoso Pai da história. Deus é bom, supremamente bom e está sempre
disposto a receber Seus filhos arrependidos. É preciso, contudo, que o
arrependimento seja verdadeiro como o do filho caçula da história.
Percebeu
como foi triste para o moço abandonar seu pai e seu lar? Viu como ele sofreu no
país estrangeiro, onde nem mesmo teve as alfarrobas que os porcos comiam?
Assim
acontece também com as almas que abandonam os retos caminhos de Deus. Sofrem
muito, pois quem se afasta do dever e da virtude conhecerá, mais cedo ou mais
tarde, as dores do remorso e as tristezas da vida.
Arrependendo-se
sinceramente, no entanto, Deus o escuta e usa de bondade a alma arrependida,
como o pai da parábola, que é um símbolo de nosso Pai do Céu.
Que você se
conserve no bom caminho, meu filho. Mas se sentir que pecou contra Deus ou
contra os homens, arrependa-se com a mesma humildade do filho pródigo. Nunca
imite o filho mais velho da história, que era ciumento e orgulhoso e não teve
compaixão do próprio irmão arrependido.
Deus é
nosso Pai Compassivo e Eternamente Amigo. Não nos ausentemos nunca de Seu Amor.
Mas, se errarmos, corramos para Ele, na estrada da oração sincera, com o
coração arrependido e disposto a não errar mais. Ele nos ouvirá e virá ao nosso
encontro, porque não há ninguém tão bom quanto Deus. Nem há quem nos ame tanto
quanto Ele.
4
A
PARÁBOLA DA OVELHA DESGARRADA
(Lucas, capítulo 13º, versículos 3 a 7)
Nos campos da Palestina, a terra onde
Jesus nasceu, havia um homem que tinha cem ovelhas.
Era um
pastor, pois ele mesmo as apascentava.
Com muito cuidado e bondade levava suas
ovelhinhas aos lindos campos, onde havia bom pasto para elas. Levava-as também
às fontes, onde elas encontravam água fresca e limpa.
O pastor era muito carinhoso e bom, e
suas ovelhas o seguiam confiantes.
Um dia, uma ovelhinha fugiu do rebanho.
Que teria pensado ela, para assim abandonar o pastor e suas irmãzinhas?
Certamente pensou que, além daqueles
pastos onde vivia, havia pastagem melhor e mais rica. Pobrezinha! Não pensou
nos perigos que poderia enfrentar longe do seu pastor. Não pensou que poderia
encontrar, numa noite qualquer, sozinha, algum lobo ou alguma hiena que a
devorasse. Não, a ovelhinha não pensou nos perigos... Pensou que era melhor ser
sozinha, ser livre, correr pelos campos e pelas pastagens, solta, sem a
vigilância de seu dono e sem a companhia de suas irmãs. E fugiu...
Correu muito, para livrar-se do pastor e
para não ser vista pelas companheiras...
Mesmo assim, o pastor, que cuidava de
suas cem ovelhinhas, sentiu a falta da fugitiva. No aprisco ele contou, logo na
manhã seguinte, noventa e nove ovelhas.
Que fez, então, o bondoso pastor?
Deixou as noventa e nove ovelhinhas bem
guardadas no redil e partiu em busca da ovelhinha desgarrada.
Andou muito
o pobre pastor. Procurou-a pelas pastagens próximas e não a encontrou... Andou,
andou muito... Subiu montes e vadeou riachos... Só no dia seguinte, encontrou a
pobre ovelhinha deitada, perto de uma colina, machucada pelos espinhos por ter
atravessado uma sebe. Já estava sem forças, sedenta e quase morta!...
Como
estava arrependida do que fizera! Com que alegria recebeu o pastor amigo que
chegava para salvá-la!
O pastor
deu-lhe água, pensou-lhe as feridas, acariciou-a, conversou com ela...
Colocou-a depois nos seus braços, acomodando-a bem em seu ombro. E voltou
feliz, muito feliz, com sua ovelhinha.
Chegando
a casa, chamou seus vizinhos e amigos e disse-lhes:
—
Alegrem-se comigo, meus amigos, porque já achei a minha ovelhinha que se havia
perdido.
Assim
também — diz Jesus no Evangelho — haverá mais alegria no Céu por um pecador que
se arrepende do que pelo bom comportamento de noventa e nove justos.
*
Também
esta parábola, filhinho, como a do Filho Pródigo, quer mostrar a você a
Infinita Bondade do Céu para com as nossas almas.
A
Parábola da Ovelha Desgarrada nos mostra os cuidados que Jesus tem conosco.
Tudo Ele fez outrora, quando viveu neste mundo, e tudo ainda faz hoje, da
Eternidade, para chamar as almas pecadoras ao arrependimento. Jesus é Bom
Pastor. Ele deu Sua vida por nós, que somos Suas ovelhinhas.
A
Parábola nos mostra que, longe do Divino Pastor, nós só podemos encontrar
sofrimento, perigos, miséria e morte.
Mas, se
nos arrependermos de nossas faltas, não só daremos alegria ao nosso Bom Pastor
— JESUS — como também todo o Céu, todos os
nossos Amigos
e Benfeitores
Espirituais se alegrarão imensamente.
Haverá “alegria no Céu”, disse o Senhor.
Não
queremos dar contentamento a Quem tudo sofreu pela nossa felicidade?
Não
queremos dar alegria no Céu aos nossos Benfeitores Queridos que nos protegem e
nos ensinam o Bem?
Que o seu
coração, meu filho, também se arrependa de suas faltas, mesmo pequeninas, para
dar hoje, HOJE MESMO, uma
grande alegria ao nosso Bom Pastor, que do Céu vela por nós e nos espera um dia
no Seu Reino.
5
A PARÁBOLA
DA DRACMA PERDIDA
(Lucas, capítulo 15º, versículos 8 a 10)
Uma pobre mulher tinha dez dracmas. Era
toda a sua riqueza...
A dracma era uma pequena moeda grega,
que tinha valor também na terra de Jesus, pois muitos filhos da Grécia lá
viviam e usavam essa moeda.
A pobre mulher possuia dez moedinhas
gregas.
Guardava-as com cuidado, pois era zelosa
de seus deveres e aquela pequena quantia estava destinada ao pagamento de suas
despesas no lar.
Ela não ficou sabendo como, mas, a
verdade éque, quando abriu o cofrezinho, onde guardava o dinheiro, só encontrou
nove moedas. Para onde teria ido a que faltava?
Acendeu a candeia de barro e procurou-a
em sua casinha. Remexeu as roupas, arrastou a pequena mobília e buscou a
vassoura. Varreu toda a casa, em busca da moedinha que lhe era tão útil e necessária.
Finalmente, depois de muito procurar e muito varrer, encontrou sua dracmazinha
perdida.
Que alegria! Agora poderia pagar todas
as suas pequenas dívidas... Não estava mais preocupada: achou sua moedinha
desaparecida e novamente a colocou junto das outras nove, na caixinha de madeira.
Ficou tão contente com o encontro, que
contou o caso às suas amigas vizinhas que também eram pobres, e para quem uma
pequena moeda fazia igualmente muita falta.
E dizia às suas vizinhas:
-
Minhas amigas, alegrem-se comigo, porque achei a minha dracma que se havia
perdido.
Assim
também — diz Jesus no Evangelho — há muita alegria entre os anjos de Deus
quando um pecador se arrepende dos erros cometidos.
*
Esta
parábola, filhinho, como as duas anteriores — do Filho Pródigo e da Ovelha
Desgarrada — também quer levar nossa alma ao arrependimento de nossas faltas.
A história nos mostra que existe um Deus de Bondade que quer salvar-nos de
nossos erros e pecados.
Se uma
pobre mulher, ao perder uma pequena moeda, se esforça para encontrá-la e não
descansa enquanto não a acha, também Deus, meu filho, nos procura, sem cessar,
nos quartos escuros de nossas vidas. Também Deus acende uma candeia e nos ilumina,
pois, nós somos Suas “dracmas
perdidas”. Ele quer encontrar-nos, Ele nos quer para Si Mesmo, para o
seu Reino, para a Felicidade Eterna que nos reserva.
É por
isso, filhinho, que o Céu tanto se preocupa em iluminar a Terra. É por isso que
Deus possui um imenso exército de Benfeitores Celestiais — que são os Bons
Espíritos, os Espíritos da Luz e do Bem —que, incessantemente, nos inspiram
seus bons pensamentos, ajudando-nos sempre e ensinando-nos a Vontade Divina em
suas mensagens.
Os
Benfeitores Espirituais são como que as
candeias de Deus. E nós as dracmas
perdidas. Nós estamos no chão, na poeira de nossos erros, longe da Luz
e da Verdade. Mas, os Benfeitores Espirituais, as candeias de Deus, nos iluminam. Se nós nos entregarmos em suas
mãos, se aceitarmos sua Luz e nos arrependermos sinceramente de nossas faltas,
eles nos tomam sob sua guarda — eles nos “acham”
— e se alegram muitissimo com a nossa regeneração. Há, então, muita
alegria no Céu, entre nossos Benfeitores Espirituais, porque nossas almas
sairam da escuridão do erro, aceitaram a Luz da Verdade e voltaram para as
mãos de Deus.
Que você,
querida criança, pense bem, medite sinceramente sobre esta parábola. Se você se
sente uma “dracmazinha perdida” (isto
é, se você reconhece seus defeitos e
imperfeições), não se esconda da Luz da Verdade, que está em Jesus
Cristo. Deixe que os Mensageiros Divinos, que são as Lâmpadas do Céu, “achem” você, para fazer de sua alma
arrependida uma alma pura, bondosa e obediente a Deus.
Se você
proceder assim, dará muita alegria a eles e será imensamente feliz.
6
A PARÁBOLA
DO JOIO E DO TRIGO
(Mateus, capítulo 13º, versículos 24 a 30, e 36 a
43)
Um semeador, durante todo o dia, semeou
grãos de trigo no seu campo.
Ao por do sol voltou para casa, cansado,
mas, feliz por haver realizado sua missão de trabalho. Semeara trigo e estava
contente porque aquele trigo seria, em breve, transformado em pão, para alimento
de muita gente.
Porém, esse homem tinha um inimigo que
invejava suas plantações. O inimigo era mau e queria, a todo custo prejudicar
as sementeiraS do fazendeiro.
“Que farei?” — pensava o inimigo. E teve
a idéia maldosa de semear pequenas pedras no campo de trigo; mas, poderiam ser
retiradas e seu ódio não ficaria satisfeito. Resolveu, então, semear joio onde
o trigo havia sido semeado. Foi esse o plano maldoso do inimigo do semeador.
O joio é uma planta muito parecida com o
trigo, mas, não serve para a alimentação do homem, podendo até envenená-lo.
Eis porque o inimigo do fazendeiro quis fazer a mistura do joio com o trigo no
campo, visando prejudicar a colheita e causar males aos que se alimentassem do
produto daquele campo.
O inimigo fez o que pensou. Durante a
noite, enquanto o fazendeiro e seus trabalhadores dormiam, o homem maldoso
entrou no campo e semeou joio no meio do trigal. Completada sua obra de ódio e
ruindade, ele se retirou, cuidadosamente.
Algum tempo depois, quando as espigas de
trigo já surgiam no campo, apareceu também o joio.
Então, os
trabalhadores foram dizer ao fazendeiro o que haviam visto no campo:
— Senhor,
não semeaste no campo somente boas sementes? Por que, então, está nascendo joio
no trigal?
O fazendeiro já havia descoberto tudo e respondeu
aos servidores:
— Foi um
inimigo que fez isso...
Os
trabalhadores lhe perguntaram:
— Senhor,
queres que vamos, agora mesmo, arrancar o joio?
O senhor, porém, lhes respondeu com uma explicação:
- Não é possível fazer isso agora.
Vocês sabem que o joio é muito parecido com o trigo.
Se vocês quiserem arrancar o joio, que
foi plantado junto com o bom grão, arrancarão também o trigo, pois as raizes de
ambos muitas vezes se entrelaçam. Deixem que cresçam juntos o joio e o trigo.
Na época da ceifa, eu direi aos ceifeiros que colham primeiro o joio e o atem
em feixes para queimá-lo; e depois juntem o trigo no meu celeiro.
*
Esta
Parábola do Joio e do Trigo, Jesus a contou ao povo da Galiléia. Seus
discípulos estavam presentes, mas, não a entenderam. Quando Jesus chegou àcasa
de Simão Pedro, os discípulos lhe pediram que lhes explicasse a parábola.
E o
Divino Mestre interpretou-a com muita simplicidade.
Que você,
meu querido menino, preste atenção para entendê-la também. Eis a explicação de
Jesus:
O Semeador, é Ele
mesmo, Jesus, que semeia a boa semente.
O campo é o
mundo, Terra onde vivemos.
A boa semente são os filhos do Reino, isto é, são as almas
que ouvem o Evangelho e fazem todos os esforços para compreendê-lo e
praticá-lo.
O joio são os filhos do Maligno, o que quer dizer, as almas que não querem
ouvir as leis divinas nem as cumprir, mas, buscam os maus caminhos do vicio, da
maldade e do pecado.
O inimigo, que semeou o joio, é o Diabo, palavra que traduz as Forças
do Mal, os Espíritos das Trevas, que lutam contra a obra de Jesus, induzindo as
almas ao crime, ao pecado e à injustiça.
A ceifa é o fim do mundo, isto é, a época da regeneração da Terra, quando o
nosso planeta deixar de ser um mundo de expiação e de provas para ser elevado
à categoria de mundo de regeneração, com o surgimento do Reinado de Jesus entre
os homens.
Os ceifeiros são os anjos. A palavra anjo
quer dizer mensageiro. Os
ceifeiros serão os Mensageiros da Luz, verdadeiros chefes invisíveis da
humanidade; são os Grandes Espíritos que, em nome de Deus, dirigem os nossos
destinos e vão presidir a transformação do mundo.
Assim como o joio é colhido e queimado
no fogo, assim será também na época da Grande Regeneração em nosso mundo.
Haverá uma verdadeira separação das almas obedientes das rebeldes. Os que
desejam sinceramente o caminho do Bem e da Justiça serão distanciados daqueles
que, por gosto próprio, preferem o caminho da maldade e da injustiça.
Os Grandes Espíritos presidirão a essa
separação, que não está longe de ser feita. Todos os que cometem escândalos,
maldades, injustiças serão destinados aos mundos inferiores, onde serão
purificados pelo fogo da dor e
da expiação. Nesses mundos inferiores (que são o inferno de que fala o Evangelho), as almas rebeldes sofrem
imensamente. Mais tarde, você vai ler os livros de André Luiz, psicografados
por Francisco Cândido Xavier, e verá como é triste o destino das almas que se
colocam contra as leis de Deus.
Outro,
bem diferente, é o destino dos justos, das almas obedientes e fiéis. Disse
Jesus: “Elas brilharão como o sol, no
Reino de Deus”. Aqueles que, neste mundo, buscarem fazer o bem aos
semelhantes e cumprir os mandamentos divinos, serão, na Eternidade, Espíritos
bons e dignos, seres felizes, belos e resplandecentes. Eis a recompensa que
Deus destina aos Seus filhos bondosos e fiéis.
*
Entendeu,
filhinho, a Parábola do Joio e do Trigo?
Medite
bem nela. Seja no mundo a semente de trigo, crescendo sob as bênçãos de Deus,
para se transformar numa espiga loura e bela. Seja um filho do Reino, sempre obediente à Lei Divina.
Não
permita que as Forças do Mal — Espíritos das Trevas —, lancem no seu
coraçãozinho o joio da rebeldia e da maldade, dos pensamentos pecamlnosos e
indignos.
Salomão
já ensinava, há três mil anos: “Acima
de todas as coisas que se devem guardar, guarda o teu coração, porque dele
procedem as fontes da vida” (Provérbios, 4:23).
É uma
grande verdade, meu filho. Guarde o seu coraçãozinho para o Divino Semeador.
Receba somente as sementes do trigo celeste, que são os ensinos de Jesus e as
inspirações do bem.
7
A PARÁBOLA
DO FARISEU E DO PUBLICANO
(Lucas, capítulo 18º, versículos 9 a 14)
Um dia,
dois homens subiram as escadarias do Templo de Salomão para fazer suas preces.
Um deles
era um fariseu e outro era um publicano.
Antes de
contar a história desses dois homens, explicaremos alguma coisa a você.
Os
fariseus eram homens religiosos, que viviam no tempo de Jesus. Eram muito
orguLhosos e se consideravam perfeitos por cumprirem as determinações da sua
religião. Gostavam de discutir sobre assuntos espirituais. Consideravam suas
interpretações como as únicas certas. Eram vaidosos pela antigüidade de sua
seita religiosa. Tratavam os partidários das outras crenças com ódio e
desprezo. Achavam que “religião” era somente a prática de cerimônias nas suas
igrejas (que eram chamadas sinagogas; templo
só havia um, o de Salomão, em Jerusalém). Eram, quase sempre, cheios de vícios
e erros, mas, fingiam por palavras e atitudes que eram corretos e santos.
Os
publicanos eram os cobradores de impostos. No tempo de Jesus, a Palestina
pertencia ao Império Romano. Por isso, os judeus pagavam impostos ao Imperador.
Os pubLicanos eram, em geral, judeus que exerciam essa profissão: cobravam
impostos de seus compatriotas em favor do Império de Roma. Aproveitavam-se,
muitas vezes, da sua função para impor multas desonestas, roubando o povo. Por
isso, eram geralmente odiados e tidos como ladrões.
*
Voltemos,
agora, à nossa história.
Um
fariseu e um publicano subiram ao Templo para orar.
O fariseu
fazia sua oração, dizendo:
— Ó meu
Deus, eu Te agradeço muito, porque não sou semelhante aos outros homens, que
são ladrões e injustos. Agradeço-te porque não sou como este publicano indigno
que está ali adiante... Ó Senhor, todas as segundas e quintas-feiras eu jejuo,
recordando a subida de Moisés ao Monte Sinai e sua descida com as Tábulas da
Lei. Dou o dizimo(*) de tudo quanto ganho nos meus negócios...
O
publicano estava a alguma distância do fariseu. Não tinha coragem nem de
levantar os olhos ao Céu, pois estava profundamente arrependido dos furtos que
cometia ao cobrar os impostos. Também orava, mas, sua prece era muito
diferente da oração do fariseu orgulhoso.
Dizia o
publicano na sua prece: — Ó Deus, tem misericórdia de mim, que sou um miserável
pecador!
*
Que foi
que aconteceu depois dessas duas orações?
Preste
atenção, filhinho: Deus ouve todas as preces que nós Lhe fazemos. Mas, nem a
todas Ele responde. A prece do, fariseu era uma declaração de orgulho; nem
merecia ser chamada prece. Deus não atende aos orgulhosos.
A oração
do publicano é o grito de uma alma arrependida de seus pecados. E é justamente
isso que Deus deseja: que nós reconheçamos nossos erros e nos emendemos,
buscando o caminho do bem. Por isso (é Jesus quem diz no Evangelho), Deus
atendeu à oração do publicano e o justificou, isto é, deu-lhe novas forças para
que ele se corrigisse e caminhasse honestamente na vida.
Encerrando
a Parábola, disse Jesus: “Todo aquele que se exalta (isto é, que se torna
orgulhoso) será humilhado; mas, o que se humilha, será exaltado”.
*
Entendeu
bem, meu filho, o significado espiritual da Parábola do Fariseu e do
Publicano?
O fariseu
não teve sua oração atendida por Deus por causa do orgulho e dureza de coração.
Em lugar de suplicar as benções de Deus para sua alma, ele, cheio de orgulho,
desprezou os outros, considerando-se muito digno. Demonstrou ignorar a
Sabedoria de Deus, pois apresentou ao Pai Celestial uma lista das coisas que
fazia, como se Deus não soubesse de tudo que acontece.
O
publicano, ao contrário, foi humilde e sincero. Reconheceu, diante de Deus, que
era um pecador e pediu perdão de suas faltas e culpas. Por isso, foi ouvido por
Deus, que Lhe deu novas forças espirituais.
Que você,
filhinho, nunca proceda como o fariseu da Parábola. Nunca se considere
superior aos seus companheiros. Não se julgue melhor que seus irmãozinhos, nem
mais inteligente que seus colegas. Nunca pense que você é mais puro ou mais
digno que seus companheiros da Escola de Evangelho. Nunca fale de suas
vitórias, nem de valores que você julgue possuir: o fariseu é que fez isso.
Não pense
também nas boas coisas que você já realizou. Pense no bem que você ainda pode e
deve fazer. Para que você nunca se orgulhe de nada que sabe ou possui, olhe o
exemplo dos Grandes Missionários de Deus que passaram pelo mundo. Veja como a
sua vida é pobrezinha em comparação com a deles. Não fique desanimado com isso.
Você deve imitá-los, mas não se considere justo nem perfeito ainda.
Convém,
que você, diante de Deus, com a humildade do publicano, conte ao Pai do Céu,
com toda a sinceridade, suas faltas, seus defeitos e seus pecados. Faça tudo
isso em oração. Honestamente e sincera-mente. E Deus olhará para você com o
mesmo amor com que abençoou o publicano. Dará a você novas forças, novos
pensamentos, novas bênçãos. E você há de ser uma criança realmente bondosa,
sincera, humilde, obediente — uma alma verdadeiramente cristã!
(*)
Dízimo — quer dizer “a décima parte”. Era a contribuição da décima parte das
colheitas ou rendimentos, que os judeus pagavam.
8
A PARÁBOLA
DOS DOIS FILHOS
(Mateus, capítulo 21º, versículos 28 a 32)
Um homem
tinha dois filhos. Ambos viviam com seu pai numa vinha que pertencia à família.
Um dia,
pela manhã, o pai chamou o menino mais velho e disse-lhe:
— Meu filho, hoje não irás ao mercado da vila.
Já fiz todas as compras necessárias. Vai trabalhar na vinha.
O jovenzinho, que era tido como um modelo de
menino educado, pelas atenções que dispensava a todos, respondeu com toda a
delicadeza a seu pai:
— Sim, meu pai, já vou.
A
verdade, porém, é que prometeu, mas não foi. Desejaria ir ao mercado, mas não
trabalhar na vinha, colhendo cachos e mais cachos de uvas. Ficou intimamente
aborrecido com a ordem do pai, mas, não quis desrespeitá-lo com palavras. E
pensou consigo mesmo: “Desejaria tanto ir ao mercado hoje... Lá me encontraria
com Joel e Davi... E meu pai me mandou catar bagos na vinha... Não, não irei.
Disse que iria, mas não vou... Não, não vou mesmo...
E não
foi.
Na mesma
hora, também, o pai chamou o filho caçula, que era o desobediente da casa.
Muito rebelde, era considerado pelos vizinhos “uma pestezinha”, o oposto do
irmão mais velho.
O pai chamou-o, também, e disse-lhe:
— Meu filho, não terás que acompanhar teu irmão
ao mercado hoje. Já chegaram as compras que fiz. Vai trabalhar na vinha.
O menino, que era muito impulsivo, respondeu
com muita aspereza ao pai:
- Eu, não... Não quero trabalhar na
vinha...
E
correu. Entrando, instante depois, em seu quarto, arrependeu-se das palavras
brutas que disse ao paizinho tão amigo e voltou a sala para pedir-lhe perdão. E
foi, com a consciência tranqüila, colher os cachos de uva nas lindas videiras
de seu pai.
*
Jesus
contou esta Parábola dos Dois Filhos, em Jerusalém, aos sacerdotes que
duvidaram de Sua Missão e que não se arrependeram com as pregações de João
Batista. E é aos mesmos sacerdotes que Jesus pergunta, ao terminar a parábola:
— Qual dos dois filhos fez a vontade do pai?
— O segundo.
E Jesus
lhes disse:
— Em verdade vos digo, que os publicanos que
roubam e as mulheres que pecam entrarão no reino de Deus antes de vós. Porque
João veio, exemplificando a justiça e a vontade de Deus, e os pecadores o
ouviram e se arrependeram de seus pecados, começando uma vida nova. Mas, vós,
que também ouvistes João, não vos arrependestes nem crestes nele.
*
Entendeu,
querida criança, a Parábola dos Dois Filhos?
O filho mais velho era um menino de bons modos,
muito educado, atencioso, de finas maneiras. Era considerado por todos um
modelo de perfeita educação. Respondia e falava sempre com muita cortesia e
não magoava a ninguém com palavras. E assim procedeu para com seu pai.
intimamente, porém, era um rebelde, que só fazia o que desejava, só gostava de
atender à própria vontade e aos próprios caprichos. Respondeu com delicadeza ao
pai, mas, não obedeceu a ele. Era um rebelde “invisível”.
O segundo, o caçula, não tinha as maneiras polidas
do irmão. Era, muitas vezes, áspero de linguagem, mas, no fundo, não era mau
nem revoltado. Sabia reconhecer seus erros, pedia perdão de suas faltas e
acabava fazendo a vontade de seu pai.
No
caminho de nossa perfeição espiritual devemos proceder como o segundo menino
da história. De nada nos valerá conseguir a aparência de pessoa educada,
caridosa e cristã, se interiormente não desejarmos fazer a vontade de Deus.
O menino
mais velho é o símbolo das pessoas que aparentam muita decência, delicadeza e
fé, mas, praticamente são
desobedientes à moral e à lei de Deus.
O menino
caçula é o símbolo da alma que é habituada ao erro e aos maus costumes, à
desobediência e à indelicadeza, mas, que reconhece seus erros, arrepende-se
sinceramente, pede perdão de suas faltas e depois faz o que devia fazer, obedecendo
à vontade de Deus e não aos seus caprichos.
Que você,
querido filho, tenha a facilidade do caçulinha da parábola para arrepender-se
de suas faltas. Faltas para com o papai amigo, para com a mãezinha bondosa,
para com os maninhos que Deus lhe deu...
Busque
acima de todas as coisas da vida, em todas as situações e em todas as horas,
fazer a vontade do Pai do Céu, sem discussões e sem rebeldia. A Vontade de
Deus é Sempre o Bem, a Paz e a Verdade.
Que você
diga sempre a Deus: “EU VOU, MEU PAI
DO CÉU” e vá mesmo. Você colherá as lindas uvas da paz e da sabedoria do
Alto, da bondade e da verdade eternas. E pelo amor que obèdece, você estará
com Deus para sempre...
9
A PARÁBOLA
DA TORRE
(Lucas, capítulo 14º, versículos 28 a 30)
Certa vez, um fazendeiro quis construir
uma torre, a fim de defender sua propriedade. Assim se fazia antigamente, nos
tempos de Jesus. No alto da torre ficavam os vigias; a torre tinha outras
utilidades também.
Vários amigos o animaram na construção
da pequena fortaleza. Dizia-lhe um, muito animado, que começasse imediatamente
a lançar os alicerces.
Outro companheiro, também muito
otimista, lhe disse que nada deveria temer, pois quem muito pensa e muito teme
nada consegue fazer.
Outro amigo, igualmente entusiasmado, o
animou a iniciar logo a construção da torre, afirmando-lhe que o ajudaria com
o trabalho e lhe daria uma parte das pedras necessárias.
O fazendeiro, porém, não começou logo a
construir a torre. Pensou primeiro e primeiro fez o cálculo das despesas da
construção. Procurou saber, antes de tudo, o preço das pedras, dos tijolos e de
todo o material necessário para a edificação da sua pequena fortaleza. Buscou
saber, também, quanto teria que pagar aos operários e ao mestre construtor, que
era um arquiteto estrangeiro. Depois de tudo examinar com cuidado e exatidão,
depois de verificar que as despesas estavam ao seu alcance, resolveu contratar
os trabalhadores, comprar o material e iniciar as obras.
Os amigos criticaram o fazendeiro pela
sua demora. Mas, ele lhes explicou que tudo na vida tem um preço. E que ele,
para ser honesto, só poderia fazer o que fez: calcular primeiramente as
despesas da construção, a fim de não dar prejuizo a ninguém.
— Meus
amigos — disse o fazendeiro — eu sou um homem de responsabilidade. Não posso
prejudicar a ninguém e tendo de zelar pela honra de meu nome. Se eu começasse
a construção da torre sem fazer os cálculos que fiz, poderia não ter recursos
para terminar a obra e todos zombariam de mim. Diriam: “Este homem começou a
edificar e não pôde acabar”. E que significaria isso, se tal acontecesse? Todos
diriam que eu sou um homem sem juízo, que se pôs a fazer o que não podia,
causando prejuízo aos outros. Mas, graças a Deus, não procedi assim; fiz os
cálculos, vi que poderia construir a torre e... ei-la
pronta!
O
fazendeiro mostrou, então, a bela torre aos seus amigos animados, mas,
apressados. Todos ficaram muito contentes, porque a pequena fortaleza poderia
defender com segurança as propriedades do sábio e honrado fazendeiro. Além
disso, seus amigos compreenderam a grande lição...
*
Que
grande lição é esta. querida criança?
E a
seguinte: todas as coisas, neste mundo e na Eternidade, têm um custo exato.
Tudo tem seu preço na vida. Preço
material, representado pelo valor em dinheiro, ou preço espiritual, que significa outro
valor — valor moral —, diante
de Deus.
Compreende
bem isso, filhinho? Veja, então:
você sabe o preço
de seus livros, sabe o preço do sorvete, sabe o custo da bola e do lápis. Todas
essas coisas têm um custo. Se você quer um sorvete, tem que saber primeiro se
pode pagar o custo dele. Se pode, você o compra. Antes de comprar a bola, você
busca saber quanto ela custa, se você possue o dinheiro suficiente, você pode
adquiri-la.
Assim também,
querida criança, são os valores espirituais para quem quer seguir a Jesus. Se
você quer ser bom, se quer ser honesto e digno, se quer ser um verdadeiro
discípulo do Evangelho, você tem que “pagar”
alguma coisa por isso. Mas, não
é pagar dinheiro. O dinheiro não compra virtudes.
As virtudes, os
valores morais, as qualidades superiores da alma são conquistadas pelo esforço
no bem, com a renúncia do mal. Eis ai o preço: você tem de se esforçar muito e
abandonar tudo que prejudica seu progresso espiritual.
Se você der todas
as suas forças para tornar-se bondoso, honesto, cumpridor dos seus deveres;
abandonando os maus costumes, os vícios, não acompanhando os maus exemplos,
você estará construindo sua torre (que
significa seu valor moral, o aperfeiçoamento espiritual).
Para sermos cristãos verdadeiros, filhinho,
épreciso que paguemos o preço do esforço e da renúncia. Esforço no caminho do
bem e renúncia de tudo que prejudica nosso espírito.
Examine sua alma.
Pense no que você é. Faça os cálculos de seus valores morais e de seus
defeitos, tal como fez o construtor da torre. Analise, num exame de
consciência, seu próprio espírito, filhinho. Faça isso sinceramente. Pergunte a
você mesmo:
— Gosto mais de estudo ou da vadiagem?
— Gosto mais das coisas de Deus ou das inutilidades
do mundo?
— Quero ser mesmo um seguidor de Jesus? Ou tenho
ambições de grandeza terrena?
— Sou honesto nos meus negócios ou não me
incomodo de prejudicar os outros?
-
Sou vingativo ou perdoador? Sincero ou mentiroso? Obediente ou rebelde?
Humilde ou orgulhoso? Cumpridor das minhas tarefas ou preguiçoso? Reconhecido
aos meus benfeitores ou ingrato?
Se
você reconhece que ainda é um menino que tem muitos defeitos, procure
corrigir-se, filhinho. Renuncie ao mal, abandone o que mancha sua alma, largue
o que impede seu progresso, recuse o que ofende a Deus e a consciência. Com
seu esforço, “compre” no
Evangelho os bens materiais de construção, as “pedras” do bem e da sabedoria de
Jesus. Proceda como o fazendeiro da parábola e você edificará uma torre de virtudes no seu coração.
Tenha a certeza de que Jesus, que é o
Mestre Construtor de nossas vidas, abençoará seu esforço no bem e sua renüncia
ao mal. E ajudará sua alma. Sua torre espiritual será, para sempre, a poderosa
fortaleza de seu Espírito.
10
A PARÁBOLA
DO CREDOR INCOMPASSIVO
(Mateus, capítulo 18º, versículos 23 a 35)
Há muito
tempo e muito longe daqui, havia um rei que governava um grande e rico país.
Esse rei
tinha muitos ministros que se consideravam seus servos, tão grande era o poder
de seu grande chefe.
Cada
ministro exercia uma tarefa e uma função determinada no governo daquele país.
Um dia, o
rei chamou os seus servidores (que eram os tesoureiros e oficiais de sua corte)
para fazer contas com ele. Todos teriam que prestar contas ao monarca. Alguns
haviam feito empréstimos e era chegada a hora de pagar suas dívidas ao rei.
Chegou,
primeiramente, um importante servidor, que era uma espécie de tesoureiro do
reino. Feito o balanço, foi verificado que ele devia ao rei a grande quantia de
dez mil talentos. (O talento era uma moeda antiga que
valia mais ou menos vinte mil cruzeiros).
A dívida total do ministro era, pois, de DUZENTOS MILHÕES DE CRUZEIROS, que ele havia retirado do
tesouro real para suas despesas extravagantes de homem pródigo.
Esse
oficial gastara no jogo e no luxo essa quantia fabulosa e agora não tinha
possibilidade de pagar sua dívida ao rei.
Naquele
tempo, as leis dos países orientais ordenavam que fosse vendido, juntamente
com sua esposa, seus filhos e seus bens, aquele que não pudesse pagar suas
dívidas ou restituir seus roubos. Foi o que o rei fez, O seu ministro não tinha
com que pagar o débito, O rei, então, ordenou que ele, sua esposa e seus filhos
fossem vendidos para pagamento da dívida.
Ouvindo
o julgamento do rei, o grande servidor ajoelhou-se diante dele e suplicou-lhe,
entre lágrimas e lamentações:
— Senhor, tem piedade, tem paciência comigo. Eu
trabalharei e te pagarei tudo.
O soberano encheu-se de compaixão por aquele
infeliz homem, que gastara loucamente seu dinheiro e agora estava reduzido à
miséria. E perdoou-lhe a dívida.
O tesoureiro saiu do palácio real com o-coração
aliviado pelo perdão de seu senhor. Era agora um pobre, estava reduzido à
miséria, mas, estava em liberdade e sentia-se feliz: tinha sua mulher, seus
filhos e sua casa. Haveria de trabalhar para viver, trabalharia muito —
pensou...
Não muito
longe do palácio, encontrou, no entanto, um pobre servidor do rei, a quem, há
muito tempo, ele emprestara a pequena quantia de cem denários, que em nossa moeda correspondem a cerca de TREZENTOS CRUZEIROS.
O tesoureiro do rei estava na miséria... E ali
estava, a poucos passos dele, alguém que lhe devia algum dinheiro...
Esquecendo-se
do perdão do bondoso rei, que tivera compaixão dele, o tesoureiro avançou para
o pobre homem e, segurando-o pela garganta, sem a menor piedade, foi-lhe
gritando:
— Paga o que me deves... Paga-me os cem denários,
já, sem demora...
E,
cruelmente, sufocava o pobre servidor do palácio. Este conseguiu ajoelhar-se
diante do tesoureiro e, chorando, sem forças, suplicou:
— Senhor, tem piedade, tem paciência comigo. Eu
trabalharei e te pagarei tudo.
Mas, o
tesoureiro era um homem duro de coração e não atendeu ao pobre devedor.
Esqueceu-se de que, momentos antes, ele estava na mesma situação, com uma
dívida imensamente maior e fora perdoado pelo rei... Mandou prender o infeliz
companheiro até que lhe pagasse a dívida.
Aconteceu,
porém, uma coisa que o tesoureiro não esperava. Alguns oficiais da corte, que
assistiram à cena do perdão do soberano, passavam pela rua justamente no
momento em que o tesoureiro apertava a garganta do seu pobre devedor e este lhe
suplicava inutilmente misericórdia.
Os
oficiais ficaram profundamente tristes quando viram o pobre devedor ser levado
para a prisão, por uma dívida tão pequena, por ordem de quem havia sido
perdoado por uma dívida tão grande. E, imediatamente, voltaram à presença de
Sua Majestade para contar-lhe tudo que viram e ouviram.
Então, o
rei mandou que seus soldados fossem buscar o tesoureiro. Quando este chegou
diante do trono, muito amedrontado e acovardado, o rei lhe disse:
— Servo
malvado, eu perdoei a tua dívida porque me suplicaste; não devias tu,
igualmente, ter compaixão de teu devedor como eu tive de ti? Mas, como és
maldoso e não tiveste misericórdia de teu próximo, não mereces a liberdade.
Irás para a prisão até pagares tudo que me deves.
*
Termina Jesus
a Parábola dizendo, numa advertência que não se deve esquecer: “Assim vos fará
também meu Pai Celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão,
as suas ofensas
Entendeu,
querida criança, a Parábola do Credor Incompassivo?
O rei
representa Deus, que é o Rei do Universo. Ele nos tem perdoado uma dívida
imensa. Nossa presença na Terra (nossa atual encarnação) significa um aspecto
do imenso perdão de Deus para conosco. Imensa era nossa dívida para com Deus
(tal como a do tesoureiro), dívida representada pelas nossas muitas culpas e
pecados através de muitas encarnações. Deus nos oferece, agora, o Seu Perdão
através de nova oportunidade, nesta atual existência, para nos corrigirmos e
buscarmos a perfeição de nossos espíritos. Não se esqueça disso, filhinho.
Lembremo-nos sempre do Perdão Divino,
sobretudo quando formos ofendidos por alguém. Por maior que seja a ofensa que
alguém nos faça (calúnia, perseguição, intriga, brutalidade, etc.),
lembremo-nos de que muito mais temos
ofendido a Lei Divina com as nossas rebeldias, nesta vida atual e em nossas
existências passadas.
Por maior que seja a maldade que alguém
nos faça, saibamos perdoar-lhe essa dívida
moral, recordando a parábola. Pensemos assim: qualquer ofensa, por
maior que seja, não passa de cem
denários (trezentos cruzeiros), se ela pudesse ser calculada em
dinheiro. E pensemos também, filhinho, usando a mesma comparação, que nossa
dívida para com Deus é infinitamente maior: é de dez mil talentos (DUZENTOS MILHÕES DE CRUZEIROS)!...
Saibamos perdoar sempre, qualquer que
seja a ofensa, que é sempre pequena comparada com as ofensas que temos feito à
Divina Majestade de nosso Rei do Céu.
Perdoemos sempre, querida criança, nunca
esquecendo as misericórdias de Deus. Ele sempre semeou bênçãos auxiliadoras
sobre nossos espíritos culpados, oferecendo-nos novas oportunidades de
reparação e progresso. Imitemos nosso Pai do Céu e não o tesoureiro da
Parábola. Entendeu tudo, filhinho?
11
A
PARÁBOLA DO RICO INSENSATO
(Lucas, capítulo 12º, versículos 6 a 21)
Havia um homem muito rico, que possuía
muitas terras. Centenas de escravos trabalhavam nelas.
Grandes e muitas eram as plantações de
trigo. Muito bem preparados eram também os campos em que os escravos cuidavam
da cultura do centeio, da cevada e da ervilhaca. Os vinhedos se estendiam pela
planície imensa. E os pastos verdes, onde os rebanhos se multiplicavam, iam
até as montanhas distantes...
E cada vez mais o homem se enriquecia.
Exportava seus produtos para os países vizinhos. Os mercadores de Tiro, de
Sidon, de Esmirna e de Damasco estavam sempre em sua casa, realizando e combinando
grandes negócios...
O rico fazendeiro havia mandado
construir grandes depósitos para suas colheitas. Mas, os celeiros, embora
enormes, já eram insuficientes para armazenar os frutos de seus campos de
cultura...
Um dia, ele pensou: “Que farei? Os
celeiros já estão pequenos... Não tenho mais onde recolher tantos frutos...”
E preocupado com suas colheitas, cada
vez maiores, resolveu derrubar os celeiros e construir outros muito maiores...
Mandou chamar os melhores construtores
do país e foram edificados vários celeiros gigantescos.
E o grande agricultor ficou satisfeito
quando contemplou, finalmente, as novas e imensas construções em sua rica e
bem cuidada fazenda. Agora estava tranqüilo. Os celeiros eram enormes e neles
caberia toda a produção de seus campos...
Disse aos
amigos, aos construtores e aos servos:
— Agora
poderei viver tranqüilo muitos anos... Os celeiros podem armazenar todas as
colheitas e tão cedo não será preciso aumentá-los. Posso agora, finalmente,
viver sossegado e pensar somente na exportação dos produtos...
E à
noite, muito satisfeito, antes de deitar-se, ao invés de orar, raciocinava e
dizia a si mesmo: “O alma! Tens em depósito muitas riquezas, para muitos e
muitos anos! Descanse, come, bebe, alegrete.
E o rico
deitou-se, muito orgulhoso de sua fortuna, confundindo corpo e alma, tão
grande era sua ignorância das coisas espirituais... Deitou-se sem um pensamento
para Deus. Só imaginava que poderia, daquele dia em diante, viver sem
preocupações, pois teria riquezas acumuladas para muitos anos...
Assim
pensava o rico, mas, Deus pensava de outra maneira.
O rico
pensava que era inteligente, mas, Deus achava que ele era simplesmente um homem
sem juízo...
E nessa
mesma noite, após a inauguração dos celeiros e os pensamentos de orgulho do
rico, Deus disse: Insensato, esta
noite tua alma será chamada; e o que tanto juntaste para quem será?
E sem que
ninguém soubesse como, nem a que hora, nessa noite o rico morreu, sem um gemido
e sem uma prece, no seu leito luxuoso...
Seus planos
de tranqüilidade para o futuro foram inúteis. Ele não sabia que o futuro
pertence somente a Deus... De nada lhe valeram os celeiros recheados de frutos
e cereais. Inútil foi juntar tanta riqueza, sem nunca haver pensado em Deus nem
nas necessidades do próximo. Morreu sem fé e sem humildade no coração. Suas
riquezas de nada lhe valeram na Pátria Espiritual, porque ele nunca as
utilizou para o bem dos outros. O que tem valor na Eternidade ele não
possuia, porque nunca havia juntado “tesouro no Céu”, mas, somente na terra...
“Assim é
aquele — diz Jesus, terminando a Parábola — que, para si, junta tesouros e não
é rico para com Deus
*
Compreendeu,
filhinho, a Parábola do Rico Insensato?
Ele era
um homem avarento: só pensava em juntar riquezas materiais. Só se preocupava em
aumentar sua fortuna. Nunca pensou que pudesse ser chamado para a Eternidade,
repentinamente. É que ele só confiava no dinheiro. Não pensava em Deus, nem na
vida futura, nem nas necessidades dos pobres e dos escravos de sua fazenda. O
poder que governa o mundo está nas mãos de Deus, mas, ele pensava que estava na
força do seu dinheiro.
Que
resultou dessa insensatez, dessa grande falta de juizo? A morte o colheu de
repente e seu espírito penetrou no Mundo Invisível nas piores condições, cego
e sem luz. Sabe por que? Porque não se preparou espiritualmente para a existência
no Além; porque, não havia bondade em seu coração, nem possuia fé em Deus, nem
conhecia as leis da Vida Superior.
Triste
destino, não acha?
Que a
história do rico sem juízo e avarento mostre ao seu coraçãozinho, desde agora,
aquilo que Jesus ensinou ao povo, quando contou esta parábola:
é preciso evitar
toda a avareza, porque a vida de uma
pessoa não consiste na abundância das coisas que possui.
Que você, filhinho, aprenda a ser rico para com Deus. E há de ser,
se em lugar da avareza, você cultivar a caridade; se em lugar de riquezas
ilimitadas, você buscar enriquecer-se de conhecimento das leis divinas. Assim,
você praticará a vontade de Deus, agora e mais tarde, quando você crescer...
Que você
seja rico, muito rico mesmo, de fé, de humildade, de amor fraterno, de
esperança, de Espírito de serviço, de pureza. Essa são as riquezas de Deus, que
valem neste mundo e no mundo futuro — na Eternidade.
12
A PARÁBOLA
DOS TALENTOS
(Mateus, capítulo 25º, versículos 14 a 30)
Certa vez, um homem rico, grande
proprietário, teve necessidade de deixar sua pátria e viajar pôr outros paises.
Chamou, então, seus servidores de
confiança e lhes entregou seus bens, a fim de que negociassem com as quantias
que lhes eram entregues.
Ao primeiro servo deu cinco talentos
(*), que correspondem em nossa moeda a mais de cem mil cruzeiros. Ao segundo
entregou dois talentos e ao terceiro, um talento.
Ele fez essa distribuição de acordo com
a capacidade de cada servidor. E depois seguiu para viagem.
O primeiro foi imediatamente negociar
com os talentos e, nos vários negócios que fez, conseguiu ganhar outros cinco
talentos.
O segundo fez o mesmo e conseguiu de
lucro mais de 40 mil cruzeiros (isto é, outros dois talentos).
O terceiro servidor, porém, em lugar de
multiplicar seu dinheiro realizando negócios, como os outros dois, saiu da
casa do senhor e foi para sua residência. E, no fundo do quintal, enterrou a
moeda de ouro que o grande proprietário lhe havia passado às mãos.
Decorrido algum tempo, o senhor voltou
do estrangeiro para sua pátria. Chegando a casa, chamou aqueles servidores para
ajustar contas com eles.
Compareceu o primeiro à presença do seu
amo. E falou:
— Senhor, entregaste-me cinco talentos. Negociei
com eles, como ordenaste, e consegui multiplica-los com meu trabalho honesto,
conseguindo outros cinco. Aqui estão, meu senhor, os dez talentos que te
pertencem.
Disse-lhe
o proprietário, em resposta:
— Muito bem, servo bom e fiel. Já que foste fiel
no pouco que te confiei, de agora em diante eu te confiarei negócios maiores e
mais importantes. Estarás sempre comigo, ao meu lado, e gozarás da minha
felicidade e bem-estar.
Chegou o
segundo servidor e disse também:
Senhor,
entregaste-me dois talentos. Também negociei com eles, como mandaste e consegui
multiplicá-los igualmente, com meu esforço honesto, conseguindo outros dois.
Aqui estão, meu senhor, os quatro talentos que te pertencem.
— Muito bem, servo bom e fiel. Já que foste fiel
no pouco que te confiei, de agora em diante eu te confiarei também negócios
maiores e mais importantes. Estarás ao meu lado, sempre comigo, e gozarás
também, como teu companheiro, da minha felicidade e bem-estar.
Chegou,
por fim, o terceiro servidor, que havia recebido um só talento. E disse ao seu
patrão:
— Senhor, eu te conhecia e sempre soube que és
um homem duro e severo, que gostas de colher onde não semeastes e recolhes o
trabalho dos outros. Por isso, tive medo de ti e de tua justiça. E, por medo,
escondi o teu talento na terra Mas, hoje desenterrei tua moeda. Aqui está,
senhor, o que te pertence.
O
proprietário, porém, lhe respondeu:
— Servo mau e preguiçoso, por que me ofendes
assim? Por que imaginas que eu gosto de colher onde não semeei e me agrada
explorar o trabalho alheio? Se assim julgavas, por que não puseste, pelo menos,
o dinheiro no banco, para render juros, já que não querias multiplicá-lo com
teu trabalho?
E
chamando outros servidores de sua casa, continuou:
—
Tirai-lhe o talento e dai-o ao que tem dez talentos. A todo aquele que tem
ainda, mais se dá e ele terá em abundância; mas , ao que não tem, até o que tem
lhe será tirado. Lançai o servidor inútil fora do meu palácio, onde há
lágrimas, fome e revolta, sem as alegrias que provém do trabalho honesto e
fiel.
*
Esta
parábola, filhinho, é uma imagem do Reino de Deus. Nesse Reino, que abrange o
Universo inteiro, cada alma, por mais pobre e pequenina que seja, tem uma
determinada tarefa ou missão.
Deus dá a
cada um de nós (pai, mãe, jovem ou criança) uma tarefa, maior ou menor, segundo a capacidade de cada alma. Isso é o que significa a distribuição
diferente dos talentos (um
recebeu 5, outro recebeu 2, outro — 1). Mas, Deus quer que nós multipliquemos
os nossos talentos e não que os
enterremos, como fez o servidor preguiçoso, que mereceu também o qualificativo
de mau.
Nossos
talentos, filhinho, são as possibilidades que toda alma possui de fazer algum
bem no mundo. Você também recebeu de Deus cinco, ou dois, ou um talento, isto é, você pode fazer algum bem
neste mundo: ajudando seus paizinhos, sendo amigo de seus maninhos, sendo
prestativo e bondoso para seus colegas, fazendo algum serviço na Escola de
Evangelho, auxiliando, conforme suas posses, os pobrezinhos, os órfãos, os
tristes... Há tantas almas sofredoras e necessitadas no mundo, meu filho!...
Os seus talentos são o seu
conhecimento, a sua bondade, o seu dinheirinho do lar, a sua boa vontade para
ajudar a quem sabe ou pode menos que você. Tudo que você possui ou sabe é um talento que Deus confiou a ti, a fim
de que seu coração e sua inteligência o multipliquem em favor dos pobres, dos
sofredores e dos necessitados do mundo.
Não imite o terceiro servidor, querida
criança, que enterrou seu talento. Não
negue sua cooperação, quando puder prestar um favor. Não deixe de ajudar a
mamãezinha nos serviços domésticos. Não negue um auxílio honesto a um colega de
estudo. Não gaste todo o seu dinheirinho em gulodices, mas, lembre-se dos
orfãozinhos, dos pobres, dos doentes e comece a socorrê-los com suas moedinhas.
Existem mil pequeninos serviços de bondade e de delicadeza, mil pequenas
tarefas de caridade e de compaixão que você pode realizar na vida, cumprindo
sua missão de ovelhinha de Jesus. Não enterre seus talentos, sim?
Se você cumprir seu dever de trabalhar
no bem, nas pequeninas coisas, creia
que a Parábola se cumprirá na sua vida: o Senhor Jesus confiará à sua alma
tarefa maiores no Seu Reino e você gozará de Sua Perfeita Alegria, na grande
felicidade de trabalhar com Ele em favor da regeneração de nosso mundo.
Pode crer, filhinho, que não existe
felicidade maior do que esta.
(*) O
talento, como já vimos na Parábola do Credor Incompassivo, era uma moeda que
valia mais ou menos 20.000 (vinte mil) cruzeiros.
13
A PARÁBOLA
DOS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA
(Mateus, capítulo 20º, versículos 1 a 16)
Um homem possuia uma grande vinha, onde
colhia bastante uvas.
Um dia, saiu de casa bem cedo para
procurar novos trabalhadores para seu vinhedo.
Chegando à praça da cidade, perto de sua
casa, encontrou alguns homens sem emprego. Combinou com eles o salário daquele
tempo, que era um denário por
dia. Os operários, satisfeitos, aceitaram imediatamente o convite e, por ordem
do proprietário, seguiram para o trabalho da vinha.
As nove horas da manhã, o vinhateiro
voltou àpraça, onde havia sempre, como era costume naquela época, pessoas que
procuravam serviço. Encontrou mais alguns homens desempregados e disse-lhes:
— Ide também trabalhar na minha vinha.
Eu vos pagarei o que for justo.
E os trabalhadores seguiram para o campo
e começaram sua tarefa.
Ao meio-dia, e depois às três da tarde,
o vinhateiro voltou à mesma praça e fez o mesmo, contratando novos
trabalhadores.
As cinco horas da tarde, pela última vez
nesse dia, esteve no mesmo local, onde encontrou igualmente alguns homens sem
serviço. Perguntou-lhes, então:
— Por que estais aqui, o dia inteiro,
desocupados?
E os homens responderam:
— Senhor, aqui estamos porque ninguém
contratou nossos serviços até agora.
Respondeu o vinhateiro:
- Ide também vós trabalhar na minha
vinha.
Ao anoitecer, o senhor da vinha chamou o administrador e disse-lhe que
fizesse o pagamento dos salários aos trabalhadores.
Naqueles
tempos, os operários recebiam o pagamento diariamente; esse salário de cada
dia era chamado jornal. Por
isso, eram chamados também jornaleiros.
— Chama
os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos e acabando
pelos primeiros — ordenou o vinhateiro.
Foram
chamados os que chegaram às cinco horas da tarde e só trabalharam uma hora. E
cada um deles recebeu um denário.
E assim,
os outros que começaram a tarefa às três horas da tarde e ao meio-dia. Por fim,
chegaram os que começaram o serviço pela manhã bem cedo. Pensavam que iriam
receber mais (pois viram os trabalhadores da última hora receberem um denário).
O administrador, porém, pagou igualmente aos primeiros um denário.
Então,
estes começaram a resmungar contra o senhor da vinha, alegando:
— Estes
últimos trabalharam somente uma hora e tu os igualaste a nós, que agüentamos o
peso do dia e o calor sufocante.
O
proprietário, entretanto, disse a um deles que mais murmurava:
— Meu
amigo, eu não te faço injustiça; não combinaste comigo o jornal de um denário? Recebe, pois, o que te
pertence, sem reclamação. Eu quero dar aos últimos tanto quanto dei a ti. Não
achas que tenho direito de fazer o que me agrada daquilo que me pertence? Por
que sentes ciúme e inveja? Não tenho, por acaso, o direito de ser bondoso?
*
Termina
Jesus a Parábola dizendo: “Assim, os
últimos serão os primeiros e os primeiros serão últimos”.
Esta bela
história, filhinho, mostra como Deus executa Sua Perfeita Justiça.
À
primeira vista, parece que os operários queixosos tinham razão de reclamar
contra o vinhateiro, pois eles trabalharam mais tempo que os últimos, que só
tiveram uma hora de serviço. Esse, filhinho, é o raciocínio humano, é idéia da
justiça humana, que só considera o lado exterior das coisas. No caso da
parábola, os operários não tinham direito de reclamação, porque estavam
recebendo o salário combinado na praça com seu patrão. Era o salário comum
naquele tempo, para o trabalho de um dia. O senhor da vinha havia prometido
pagar um denário e cumpriu sua
palavra.
Não houve
nenhuma injustiça da parte do proprietário da vinha. Ele quis pagar támbém um denário, isto é, o salário
justo, aos trabalhadores de última hora, certamente porque viu que o serviço
feito por estes, nessa única hora, foi feito com boa vontade, amor e cuidado.
Ele considerou, não o tempo, mas,
a qualidade do serviço feito.
Assim é a
Justiça Divina, filhinho. Ela nos recompensará, um dia, na Eternidade, pelo
trabalho que fizermos em favor do Reino de Jesus na Terra. A recompensa, porém,
será dada, não em consideração ao número
de horas de nosso serviço, nem à quantidade
do mesmo. Não, meu filho, Deus não olhará o lado exterior, visível, nem o volume de nossas obras. Deus nos
julgará pela qualidade de nosso
trabalho, pela sinceridade de nossos atos, pela nossa boa vontade no auxílio
aos outros, pelo amor, cuidado e dedicação com que cumprirmos nossas tarefas.
Deus olha a qualidade de nosso
trabalho e não as horas de
nosso serviço. A Justiça Divina considera nosso coração e nosso caráter, e não
nosso relógio e nossa balança.
Que seu serviço, filhinho, na Vinha do
Evangelho, agora ou mais tarde, quando você crescer, seja sempre feito com boa
vontade, com sinceridade, com amor. Que você não se habitue a reclamações. Que
você nunca inveje o que seja dado aos outros, como fizeram os trabalhadores das
primeiras horas. Respeite o trabalho e o entusiasmo dos companheirinhos
novos, que vão chegando para a Escola de Evangelho e começando a fazer alguma
coisa para Jesus. Não sinta ciúme, se eles receberem qualquer atenção, ou
provas de bondade, dos professores. A Parábola é uma grande lição contra o
Espírito de reclamação, contra a mania das queixas, contra o veneno da inveja.
Que você, filhinho, procure fazer
sempre, com boa vontade e humildade, qualquer serviço, pequenino ou maior, que
Jesus confia ao seu coração.
14
A
PARÁBOLA DA VIÚVA IMPORTUNA
(Lucas, capítulo 18º, versículos 1 a 8)
Havia, numa cidadezinha da Palestina, um
juiz que não respeitava nem Deus nem os homens.
Em lugar de dar o bom exemplo, honrando
a posição que ocupava, esse juiz zombava de tudo que se referisse às coisas de
Deus. Declarava-se ateu e não respeitava as crenças alheias.
Era também injusto nos seus julgamentos.
Não procedia corretamente nem no tribunal nem no lar. Era um homem desleal nos
seus pareceres e sem bondade para com aqueles que o procuravam, cheios de
confiança. O maldoso juiz não tinha boa vontade para atender a ninguém. Muitas
vezes mandava dizer que não estava em casa, quando pessoas pobres iam ao seu
encontro. Se estava no tribunal, era sempre com má vontade e indelicadeza que
atendia os que se aproximavam dele; depois de muito esperarem, era quase certo
receberem do juiz um “não” às
súplicas mais comoventes e aos pedidos mais justos.
Vivia também nessa cidade uma pobre
viuva. Era muito doente e tinha dois filhos menores, que haviam nascido
defeituosos. Seu marido, morto num desastre, lhe havia deixado uma pequena casa
e uma pequena propriedade numa aldeia próxima. Infelizmente, o sócio de seu
esposo era um homem desonesto. E agora, vendo que a pobre mulher, doente e
abatida, tendo de cuidar dos filhinhos enfermos, não poderia dirigir a pequena
propriedade, o sócio cobiçoso tomou conta das terras, dizendo a todos que
comprara aquela propriedade da viúva.
A pobre mulher foi ao encontro do antigo
amigo de seu esposo e pediu-lhe que não lhe tirasse aquele pedaço de terra,
que era a única fonte de sustento para ela e seus filhinhos doentes. Mas, o
homem, duro de coração, não quis atendê-la. E ainda zombou dela.
A viúva
resolveu, então, apelar para o juiz.
Todos lhe
diziam que era inútil, que o juiz não atendia aos pobres... Ela, porém, não
desanimou. Foi à casa do magistrado. Um servo veio dizer que o juiz não estava
em casa. Não era verdade isso, pois, ela o vira,minutos antes, à sombra de uma
videira, no horto de sua casa.
Humilhada
e triste, voltou para o lar, para junto dos filhinhos. Não desanimou, porém. No
dia seguinte, retornou à casa do juiz. Outra mentira, e ela não foi recebida.
Voltou muitas vezes. Muitas outras o procurou no tribunal, até que, um dia,
pôde dizer-lhe:
— Senhor
Juiz, faze-me justiça, pois o sócio de meu falecido esposo se apossou da
propriedade que me pertence e que é o sustento de meus filhinhos. Defende-me do
meu adversário...
O juiz
prometeu intervir junto do sócio desonesto, mas, nada fez. Outra vez, e mais
outra, e várias outras, a viúva incansável procurou o juiz, rogando-lhe que lhe
fizesse justiça.
O
magistrado estava imensamente aborrecido com aquelas constantes visitas da
viúva. Ela o procurava no tribunal e em casa, sempre com o mesmo pedido:
“Faze-me justiça contra meu adversário, Senhor Juiz!”
Por fim,
ele disse a si mesmo: “Eu não temo a Deus, nem respeito os homens. Mas, essa
viúva não me dá sossego, sempre a importunar-me com o mesmo pedido, sempre a
suplicar-me justiça... Bem, eu não dou valor à justiça, nem me incomodo com as
misérias alheias... mas, para que essa mulher não mais me aborreça, vou
fazer-lhe justiça. ..“
E mandou um
oficial chamar o homem desonesto. Verificou, conforme a viúva lhe dissera, que
ele não tinha direito às terras. Devolveu a propriedade e as plantações à pobre
mulher, fazendo-lhe, assim, justiça, para felicidade dela e das pobres
crianças.
*
Jesus
contou esta Parábola da Viúva Importuna, filhinho, para que nós aprendêssemos
— é Ele quem diz — a”orar sempre, sem
nunca desanimar”.
Ore
sempre, meu filho, esperando com toda a confiança as bênçãos do Pai do Céu.
Tudo que
você suplicar a Deus, se seu pedido
for justo (como o pedido da viúva), pode ter a certeza de que Deus o
atenderá, com o amor de Seu divino coração paternal.
Não tenha
dúvida, filhinho: toda súplica justa é ouvida e atendida por Deus.
Jesus, depois
de contar a parábola ao povo, disse: Recordai as palavras do juiz injusto. Se
esse homem maldoso fez justiça à pobre mulher, muito mais Deus fará justiça
àqueles que merecerem, aos que lhe pedirem, como a viúva pobre, o que for honesto
e justo.”
Não esqueça a lição da parábola. Peça a Deus somente o
que for bom e justo. Rogue as bênçãos divinas para você, para seus paizinhos,
para os maninhos, para seus parentes, para seus vizinhos, para os pobres, para
os doentes, para os órfãos, para os pecadores. Rogue para você e para todos as
bênçãos da paz, da luz, da saúde e da fortaleza espiritual. Se você orar, cheio
de fé, Deus atenderá você. Talvez não atenda tão depressa como você deseje. Por
que será? Será que Deus deseja ouvir muitas vezes o mesmo pedido? Não,
filhinho, mil vezes não. Nós éque nem sempre estamos com a mente e o coração
preparados para receber a Resposta divina. Por isso, devemos “orar sempre, sem nunca desanimar como
Jesus ensinou, a fim de purificar nossa mente e nosso coração para ouvir e
sentir as respostas de Deus.
Filhinho: uma alma digna só pede a Deus
o que é digno. Uma alma justa só pede a Deus o que é justo. Por isso é que Deus
atende os pedidos justos e dignos: as almas dignas e justas MERECEM as bênçãos do Alto.
Existe, meu filho, uma lei do mérito funcionando na Terra e
na Eternidade. Se merecermos, receberemos
sempre. Procuremos, para nosso bem, merecer,
fazendo a vontade de Deus, hoje e sempre...
15
A PARÁBOLA
DAS DEZ VIRGENS
(Mateus, capítulo 25º, versículos 1 a 13)
Naquela noite, dois jovens se casariam.
O casamento seria celebrado à noite,
como era costume no tempo de Jesus.
Havia primeiro a cerimônia religiosa, na
casa da noiva. Depois, então, a festa do casamento, na residência do noivo.
Os convidados saiam da casa da noiva
formando uma procissão. Todos carregavam lâmpadas de azeite ou tochas acesas,
porque as ruas eram escuras. Naqueles tempos, você sabe, não havia iluminação a
gás nem luz elétrica. A procissão, começando da casa da noiva, se dirigia para
a casa do noivo.
Algumas pessoas convidadas, que não
puderam assistir ao ato religioso, esperavam, em frente às suas casas, a
passagem do cortejo, a fim de se dirigirem à residência do noivo para as
festas do casamento.
As cerimônias religiosas demoraram,
porém, bastante tempo na residência da noiva.
Dez moças que não puderam ir lá, estavam
esperando a passagem do cortejo, quando o noivo, a noiva e os convidados
viessem para a casa do primeiro.
Dessas dez moças, cinco eram tolas e desajuizadas.
As outras cinco eram prudentes.
Todas sabiam que não era permitido tomar
parte na procissão sem suas lâmpadas ou tochas.
As tolas, porque não tinham cuidado,
levavam as lâmpadas com pouco azeite, mas, as prudentes levavam as lâmpadas e
também umas pequenas vasilhas com azeite.
O noivo estava tardando...
— Por que estará demorando tanto, a
cerimônia religiosa? — perguntavam as moças, uma às outras.
Sentadas,
vencidas pelo cansaço, todas elas adormeceram.
Já era
meia-noite, quando alguém, que vinha àfrente da procissão, gritou: “Eis o
noivo! Venham os convidados ao seu encontro!”
As dez moças,
então, se levantaram depressa e prepararam as suas lâmpadas, acendendo-as.
As cinco moças
desajuizadas disseram, nesse momento, às outras cinco:
— Dai-nos do
vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando... Elas têm pouco
azeite...
As prudentes,
porém, responderam, com delicadeza:
— Infelizmente,
amigas, não é possível, porque o azeite que temos não chega para nós e para
vós. Ide ao vendedor e comprai-o para vos...
As cinco moças
imprevidentes foram fazer a compra, buscando o vendedor naquela hora tardia da
noite. E por isso, demoraram bastante...
A procissão
passou, as cinco moças prudentes entraram no cortejo e todos chegaram à casa do
noivo. Imediatamente foi fechada a porta, como era costume.
Mais tarde, as
cinco moças sem juízo chegaram. A porta já estava fechada.
— Que faremos? —
perguntavam elas entre si.
— Batamos à porta
— disse uma.
Bateram,
gritando:
— Senhor, senhor,
abre a porta para nós!
O noivo, porém,
da janela do sobrado, disse para as moças que estavam na rua:
— Agora não é
mais possível... Não vos conheço!
E elas não
puderam entrar. Se tivessem sido cuidadosas, estariam na festa juntamente com
todos os convidados...
*
Entendeu,
querida criança, a grande lição que Jesus nos deixou com esta parábola? Ele a
terminou com as seguintes palavras: “Vigiai,
porque não sabeis o dia nem a hora”.
Esta
parábola é um convite do nosso Divino Mestre para que sejamos vigilantes, isto é, cuidadosos.
Devemos
estar sempre prontos para o
cumprimento do nosso dever. Devemos estar sempre prontos para responder à chamada de Jesus para qualquer
serviço, pequenino que seja, na Seara do Evangelho. Devemos estar sempre prontos para a hora desconhecida em
que Ele nos chamar desta vida presente para a vida espiritual.
Isso é
que significa vigilância. Cuidemos,
pois, de nossas almas com muito zelo. Sejamos como as moças prudentes da parábola,
que traziam suas lâmpadas e mais as vasilhas de azeite. Devemos trazer nossas
almas como lâmpadas sempre acesas, alimentadas com o azeite da Palavra Divina.
Você viu
que o azeite, na parábola, não pôde ser emprestado. Assim sendo, cada um de nós
deve cuidar de conseguir o próprio azeite para sua lâmpada, isto é, cada um
deve cuidar de aperfeiçoar e iluminar seu próprio coração, pois, não podemos
chegar a Jesus pelos merecimentos dos outros. É a “lei de esforço próprio” de que tem falado, muitas vezes, nosso
grande Benfeitor Espiritual Emmanuel.
Atenção
para outro ensinamento, querida criança: Devemos cuidar da iluminação de nossa
alma enquanto é tempo. Não
procedamos como as virgens sem juizo, que deixaram a compra do azeite para
última hora. Por não serem cuidadosas, perderam o direito de entrada às festas
do casamento. Se não cuidarmos também, com
antecedência, do aperfeiçoamento de nosso Espírito, não teremos
ingresso às Moradas Luminosas de paz, de felicidade e de cooperação com Deus.
Pense nessas coisas muito sérias e santas, meu
querido menino. E desde agora,
“compre” no Evangelho, com as moedas de sua boa vontade e de seu esforço o
azeite das Virtudes Divinas
para acender a lâmpada do seu
coração, preparando-o, cuidadosamente, para os serviços do Bem, com Jesus.
16
APÊNDICE
TRANSCRIÇÃO
DO TEXTO EVANGÉLICO DAS PARÁBOLAS (Conforme Novo Testamento, Tradução Brasileira, Sociedades Bíblicas Unidas,
Rio.)
(Para uso
dos pais e dos professores das Escolas de Evangelho)
17
A PARÁBOLA
DO SEMEADOR
(Mateus,
13º, versículos, 1 a 9, e 18 a 23)
1 NAQUELE dia, saindo Jesus de casa,
sentou-se junto ao mar:
2 E chegaram-se a Ele grandes multidões,
de modo que entrou numa barca e se assentou; e todo o povo ficou em pé na
praia.
3 E muitas coisas lhe falou em
parábolas, dizendo: O semeador saiu a semear.
4 E quando semeava, um a parte da
semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram-na.
5 Outra parte caiu nos lugares
pedregosos, onde não havia muita terra; e logo nasceu, porque a terra não era
profunda;
6 E tendo saido o sol, queimou-se; e
porque não tinha raiz, secou-se.
7 Outra caiu entre os espinhos, e os
espinhos cresceram e a sufocaram.
8 E outra caiu na boa terra e dava
fruto, havendo grãos que rendiam cem, outros sessenta, outros trinta por um.
9 Quem tem ouvidos, ouça.
18 Ouvi, pois, a parábola do semeador.
19 Quando alguém ouve a palavra do reino
e não a entende, vem o Maligno e tira o que tem sido semeado no seu coração:
este é o que foi semeado na beira do caminho.
20 O que foi
semeado nos lugares pedregosos, quem ouve a palavra e logo a recebe com
alegria.
21 Mas não
tem em si raiz, antes é de pouca duração; e sobrevindo tribulação ou
perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.
22 O que foi
semeado entre os espinhos, é quem ouve a palavra, mas os cuidados do mundo e a
sedução das riquezas abafam a palavra, e ela fica infrutifera.
23 E o que
foi semeado na boa terra; é quem ouve a palavra e a entende, e verdadeiramente
dá fruto, produzindo a cento, a sessenta e a trinta por um.
18
A PARÁBOLA
DO BOM SAMARITANO
(Lucas, capítulo 10º, versículos 25 a 37)
25 LEVANTANDO-SE um doutor da lei, experimentou-O, dizendo: Mestre, que
farei para herdar a Vida Eterna?
26 Respondeu-lhe
Jesus: Que é o que está escrito na lei? Como lês tu?
27 Respondeu ele:
Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda a
tua força e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.
28 Replicou-lhe
Jesus: Respondeste bem; faze isto, e viverás.
29 Ele, porém,
querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo?
30 Prosseguindo
Jesus, disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó; e caiu nas mãos de salteadores
que, depois de o despirem e espancarem, se retiraram deixando-o meio morto.
31 Por uma
coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote; e quando o viu, passou
de largo.
32 Do mesmo modo,
também um levita, chegando ao lugar e vendo-o, passou de largo.
33 Um samaritano,
porém, que ia de viagem, aproximou-se do homem e, vendo-o, teve compaixão dele;
34 E chegando-se,
atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre o seu
animal, levou-o para uma hospedaria e tratou-o.
35 No dia
seguinte, tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse: Trata-o, e quanto
gastares de mais, na volta eu to pagarei.
36 Qual destes
três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
37 Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de
misericórdia para com ele. Disse-lhe Jesus: Vai-te, e faze tu o mesmo.
19
A PARÁBOLA
DO FILHO PRÓDIGO
(Lucas, capítulo 15º, versículos 11 a 32)
11 E CONTINUOU: Um homem tinha dois filhos.
12 Disse o mais
moço a seu pai: Meu pai, da-me a parte dos bens que me toca. E ele repartiu os
seus haveres entre ambos.
13 Poucos dias
depois, o filho mais moço, ajuntando tudo que era seu, partiu para um pais
longínquo, e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.
14 Depois de ter
consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome e ele começou a passar
necessidade.
15 Então, foi
encostar-se a um dos cidadãos daquele país e este o mandou para os seus campos
guardar porcos;
16 Ali desejava
ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam, mas, ninguém lhas dava.
17 Caindo, porém,
em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui
estou morrendo de fome!
18 Levantar-me-ei
irei a meu pai e dir-lhe-ei:
Pai, pequei contra o Céu e diante de ti;
19 Já não
sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teu jornaleiros.
20 E
levantando-se, foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai viu-o e teve
compaixão dele e, correndo, o abraçou e beijou.
21
Disse-lhe o filho: Pai, pequei contra o Céu e diante de ti; já não sou digno de
ser chamado teu filho.
22 O pai,
porém, disse aos seus servos: Trazei-me depressa a melhor roupa e vesti-lha, e
ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés;
23 Trazei também
o novilho cevado, matai-o, comamos e regozijemo-nos.
24 Porque
este meu filho era morto e reviveu, estava perdido e se achou. E começaram a
regozijar-se.
25 Ora, seu
filho mais velho estava no campo; e quando voltou e foi chegando a casa, ouviu
a música e a dança;
26 E
chamando um dos criados, perguntou-lhe que era aquilo.
27 Este lhe
respondeu: Chegou teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o
recuperou com saúde.
28 Então,
ele se indignou, e não queria entrar- e saindo, seu pai procurava conciliá-lo.
29 Mas, ele
respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir uma
ordem tua, e nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com os meus amigos;
30 Mas, quando
veio este teu filho, que gastou teus bens com meretrizes, tu mandaste matar
para ele o novilho cevado.
31
Replicou-lhe o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo que é meu é teu;
32 Entretanto,
cumpre regozijarmo-nos e alegrarmo-nos, porque este teu irmão era morto e reviveu,
estava perdido e se achou.
20
A PARÁBOLA
DA OVELHA DESGARRADA
(Lucas, capítulo 15º, versículos 3 a 7)
3 E JESUS propôs-lhes esta
parábola:
4 Qual de
vós é o homem que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa
as noventa e nove no deserto, e não vai em busca da que se havia perdido até
achá-la?
5 Quando
a tiver achado, põe-na cheio de júbilo sobre os seus ombros;
6 E
chegando a casa, reúne os seus amigos e vizinhos e diz-lhes: Regozijai-vos
comigo, porque achei a minha ovelha que se havia perdido.
7
Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende,
do que por noventa e nove justos, que não necessitam de arrependimento.
21
A PARÁBOLA
DA DRACMA PERDIDA
(Lucas, capítulo
15º, versículos 8 a 10)
8 OU QUAL é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma, não
acende a candeia, não varre a casa e não a procura diligentemente até achá-la?
9 Quando a tiver
achado, reúne as suas amigas e vizinhas, dizendo: Regozijai-vos comigo, porque
achei a dracma que eu tinha perdido.
10 Assim,
digo-vos, há júbilo na presença dos anjos de Deus por um pecador que se
arrepende.
22
A PARÁBOLA
DO JOIO E DO TRIGO
(Mateus, capítulo 13º, versículos 24 a 30, e 36 a
43)
24 JESUS lhes propõs outra parábola: O reino dos céus é semelhante
a um homem que semeou boa semente no seu campo.
25 Mas, enquanto
os homens dormiam, veio um inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e
retirou-se.
26 Porém, quando
a erva cresceu e deu fruto, então apareceu também o joio.
27 Chegando os
servos do dono do campo, disseram-lhe: Senhor, não semeaste boa semente no teu
campo? Pois donde vem o joio?
28
Respondeu-lhes: Homem inimigo é quem fez isso. Os servos continuaram: Queres,
então, que vamos arrancá-lo?
29 Não —
respondeu ele —, para que não suceda que, tirando o joio, arranqueis juntamente
com ele também o trigo.
30 Deixai de
crescer ambos juntos à ceifa; e no
tempo da ceifa direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o
joio e atai-o em feixes para o queimar, mas recolhei o
trigo no meu celeiro.
36 Então, tendo
deixado as turbas, entrou Jesus em casa. E chegando-se a eles, seus discipulos,
disseram: Explica-nos a parábola do joio do campo.
37 Ele respondeu:
O que semeia a boa semente éo Filho do Homem;
38 O campo é o
mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do Maligno;
39 O inimigo que
o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os ceifeiros são os anjos.
40 Pois assim
como o joio é ajuntado e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.
41 O Filho do
homem enviará os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino tudo que serve de
pedra de tropeço e os que praticam a iniqüidade.
42 E lançá-los-ão
na fornalha de fogo; ali haverá o choro e o ranger de dentes.
43 Então, os justos brilharão como o
sol no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.
23
A PARÁBOLA
DO FARISEU E DO PUBLICANO
(Lucas, capítulo 18º, versículos 9 a 14)
9 PROPÔS
também a seguinte parábola a alguns que confiaram na sua própria justiça
e desprezavam aos outros:
10 Subiram dois homens ao templo para
orar: um fariseu, e outro publicano.
11 O fariseu, posto em pé, orava dentro
de si desta forma: Ó Deus, graças Te dou que não sou como os demais homens, que
são ladrões, injustos, adúlteros, nem ainda como este publicano;
12 Jejuo duas vezes por semana e dou o
dízimo de tudo quanto ganho.
13 O publicano, porém, estando a alguma
distância, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas, batia no peito,
dizendo: Ó Deus, sê propicio a mim, pecador.
14 Digo-vos que este desceu justificado
para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas, o
que se humilha será exaltado.
24
A PARÁBOLA
DOS DOIS FILHOS
(Mateus, capítulo 21º, versículos 28 a 32)
28 MAS que vos parece? Um homem tinha dois filhos; chegando ao
primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha.
29 Ele respondeu:
Irei, senhor — e não foi.
30 E chegando ao
segundo, disse-lhe o mesmo. Porém, este respondeu: Não quero — mais tarde,
tocado de arrependimento foi.
31 Qual dos dois
fez a vontade do pai? Responderam eles: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade
vos digo que os publicanos e as meretrizes entrarão primeiro do que vós no
reino de Deus.
32 Porque João
veio a vós no caminho da justiça, e não lhe destes crédito, mas os publicanos
e as meretrizes lho deram; e vós, vendo isto, nem vos arrependestes depois,
para lhe dardes crédito.
25
A PARÁBOLA
DA TORRE
(Lucas, capítulo 14º, versículos 28 a 30)
28 POIS qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta
primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que a acabar?
29 Para não
suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a
virem, comecem a zombar dele, dizendo:
30 Este homem
começou a edificar, e não pôde acabar.
26
A PARÁBOLA
DO CREDOR INCOMPASSIVO
(Mateus, capítulo 18º, versículos 23 a 35)
23 POR ISSO o reino dos céus é semelhante a um rei, que resolveu
ajustar contas com os seus servos.
24 E tendo
começado a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
25 Não tendo,
porém, o servo com que pagar, ordenou o seu senhor que fossem vendidos, ele,
sua mulher, seus filhos e tudo quanto possuia, e que pagasse a dívida.
26 O servo, pois,
prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Tem paciência comigo, que te pagarei
tudo.
27 E o senhor
teve compaixão daquele servo, deixou-o ir e perdoou-lhe a dívida.
28 Tendo
saído, porém, aquele servo encontrou um de seus companheiros, que lhe devia cem
denários; e, segurando-o, o sufocava, dizendo-lhe: Paga o que me deves.
29 E este,
caindo-lhe aos pés, implorava: Tem paciência comigo, que te pagarei.
30 Ele, porém,
não o atendeu; mas foi-se embora e mandou conservá-lo preso, até que pagasse a
dívida.
31 Vendo, pois,
os seus companheiros o que se tinha passado, ficaram muitíssimo tristes, e
foram contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido.
32 Então o seu
senhor, chamando-o, disse-lhe:
Servo malvado, eu te perdoei toda aquela dívida, porque
me pediste;
33 Não devias tu
também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive de ti?
34 E irou-se o
seu senhor e o entregou aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia.
35 Assim também
meu Pai celestial vos fará, se cada um de vós, do íntimo do coração, não
perdoar a seu irmão.
27
A
PARÁBOLA DO RICO INSENSATO
(Lucas, capítulo 12º, versículos 16 a 21)
16 ENTÃO lhes expôs uma parábola, dizendo: As terras de um homem
rico produziram muito fruto.
17 E ele
discorria consigo: Que hei de fazer, pois não tenho onde recolher os meus frutos?
18 E disse: Farei
isto; derribarei os meus celeiros e os construirei maiores, e aí guardarei toda
a colheita e os meus bens;
19 E direi à
minha alma: Minha alma, tens muitos bens em depósito para largos anos;
descansa, come, bebe, regala-te.
20 Mas Deus
disse-lhe: Insensato, esta noite te exigirão a tua alma; e as coisas que
ajuntaste, para quem serão?
21 Assim é aquele
que entesoura para si, e não é rico para com Deus.
28
A PARÁBOLA
DOS TALENTOS
(Mateus, capítulo 25º, versículos 14 a 30)
14 PORQUE é assim como um homem que, partindo para outro país,
chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens:
15 A um deu cinco
talentos, a outro dois e a outro um, a cada qual segundo a sua capacidade; e
seguiu viagem.
16 O que recebera
cinco talentos, foi imediatamente negociar com eles e ganhou outros cinco;
17 Do mesmo modo
o que recebera dois, ganhou outros dois.
18 Mas o que
tinha recebido um só, foi-se e fez uma cova no chão e escondeu o dinheiro do
seu senhor.
19 Depois de
muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles.
20 Chegando o que
recebera cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco, dizendo: Senhor, entregaste-me
cinco talentos; aqui estão outros cinco que ganhei.
21 Disse-lhe o
seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco,
confiar-te-ei o muito; entra no gozo do teu senhor.
22
Chegou também o que recebera dois talentos, e disse: Senhor, entregaste-me dois
talentos; aqui estão outros dois que ganhei.
23 Disse-lhe o
seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco,
confiar-te-ei o muito, entra no gozo do teu senhor.
24 E chegou por
fim o que havia recebido um só talento, dizendo: Senhor, eu soube que és um
homem severo, ceifas onde não semeaste, e recolhes onde não joeiraste;
25 E, atemorizado,
fui esconder o teu talento na terra; aqui tens o que é teu.
26 Porém, o seu
senhor respondeu: Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei, e
que recolho onde não joeirei?
27 Devias, então,
ter entregado o meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, teria recebido o que é
meu com juros.
28 Tirai-lhe,
pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos;
29 Porque a todo
o que tem, dar-se-lhe-á, terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem
ser-lhe-á tirado.
30 Ao servo
inútil, porém, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá o choro e ranger de
dentes.
29
A PARÁBOLA
DOS TRABALHADORES DA ULTIMA HORA
(Mateus, capítulo 20º, versículos 1 a 16)
1 PORQUE o reino dos céus é semelhante a um proprietário, que saiu
de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha.
2 E feito com os
trabalhadores o ajuste de um denário por dia, mandou-os para a sua vinha.
3 Tendo saido
cerca da hora terceira, viu estarem outros na praça desocupados.
4 E disse-lhes:
Ide também vós para a minha vinha, e vos darei o que for justo. E eles foram.
5 Saiu outra vez
cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo.
6 E cerca da
undécima, saiu e achou outros que lá estavam, e perguntou-lhes: Por que estais
aqui todo o dia desocupados?
7
Responderam-lhe: Porque ninguém nos assalariou. Disse-lhes: Ide também vós
para a minha vinha.
8 À tarde, disse
o dono da vinha ao seu administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes o
salário, começando pelos últimos e acabando pelos primeiros.
9 Tendo chegado
os que tinham sido assalariados cerca da undécima hora, receberam um denário
cada um.
10 E vindo os
primeiros, pensavam que haviam de receber mais; porém, receberam igualmente um
denário cada um.
11 Ao
receberem-no, murmuravam contra o proprietário, alegando:
12 Estes últimos
trabalharam somente uma hora, e os igualaste a nós que suportamos o peso do
dia e o calor extremo.
13 Mas o
proprietário disse a um deles: Meu amigo, não te faço injustiça; não ajustaste
comigo um denário?
14 Toma o que é
teu, e vai-te embora; pois quero dar a este último tanto como a ti.
15 Não me é
lícito fazer o que me apraz do que émeu? Acaso o teu olho é mau, porque eu sou
bom?
16 Assim os
últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.
30
A PARÁBOLA
DA VIÚVA IMPORTUNA
(Lucas,
capítulo 18º, versículos 1 a 8)
1 PROPÔS-LHES Jesus uma parábola para mostrar que deviam orar sempre e
nunca desanimar.
2 Dizendo: Havia
em certa cidade um juiz, que não temia a Deus, nem respeitava os homens.
3 Havia também
naquela mesma cidade uma viúva que vinha constantemente ter com ele, dizendo:
Defende-me do meu adversário.
4 Ele por algum
tempo não a queria atender; mas, depois disse consigo: Se bem que eu não tema a
Deus, nem respeite os homens;
5 Todavia como
esta viúva me encomoda, julgarei a sua causa, para que ela não continue a
molestar-me com as suas visitas.
6 Ouvi,
acrescentou o Senhor, o que disse este juiz injusto;
7 E não fará Deus
justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora seja demorado
em defendê-los?
8 Digo-vos que
bem depressa lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará,
porventura, fé na terra?
31
A PARÁBOLA
DAS DEZ VIRGENS
(Mateus, capítulo 25º versículos 1 a 13)
1 ENTÃO o reino dos céus será semelhante a dez virgens que,
tomando as suas lâmpadas, sairam ao encontro do noivo.
2 Cinco dentre
elas eram néscias, e cinco pru
dentes.
3 As néscias,
tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo.
4 Mas, as
prudentes levaram azeite em suas vasilhas juntamente com as lâmpadas.
5 Tardando o noivo,
toscanejaram todas e adormeceram.
6 Mas à
meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo! Sai ao seu encontro.
7 Então se
levantaram todas aquelas virgens e prepararam as suas lâmpadas.
8 E disseram as
néscias às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão
se apagando.
9 Porém as
prudentes responderam: Talvez não haja bastante para nós e vós; ide antes aos
que o vendem, e comprai-o para vós.
10 Enquanto foram
comprá-lo veio o noivo; e as que estavam apercebidas, entraram com ele para as
bodas, e fechou-se a porta.
11 Depois vieram
as outras virgens e disseram:
Senhor, Senhor,
abre-nos a porta.
12 Mas ele
respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço.
13 Portanto,
vigiai, porque não sabeis nem o dia nem a hora.
Fim
Ilustração: http://violetalilasvintage.blogspot.com.br/search/label/P%C3%A1ssaros
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